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A Folha de S.Paulo criou mais um eufemismo para a ilegalidade que é a presença de José Serra nos programas partidários. Ao registrar que Serra ocupou mais de 90% do programa do PTB, ontem à noite, a Folha afirma, candidamente, que PPS e DEM “já adotaram essa tática”.
A expressão vem a calhar nestes tempos de Copa do Mundo. Um técnico arma a sua seleção taticamente de acordo com o adversário que vai enfrentar. Mas por mais que procure surpreendê-lo, tem que respeitar as regras do jogo. Não pode orientar seu atacante a se posicionar sempre em impedimento ou mandar seus zagueiros baterem nos adversários como se não houvesse um juiz em campo para adverti-los.
Mas Serra e os partidos aliados a sua campanha fazem exatamente isso e de forma descarada. Ignoram, conscientemente, a letra do inciso I, parágrafo 1º do artigo 45 da lei 9096, que veda a participação em programas partidários de integrantes de outras legendas.
Como gosta de observar o Ministério Público Eleitoral, a campanha ainda não começou. Portanto, os programas não são eleitorais, e sim partidários, e estão submetidos à Lei 9096. Mas os tribunais não são a única instância de vigilância.A imprensa pode e deve denunciar irregularidades e tem sido bastante atenta à campanha de Dilma.
Mas parece que para Serra vale tudo. A imprensa faz vista grossa e a Folha chama a ilegalidade de tática. E nem a reincidência tripla provoca qualquer tipo de reação na mídia. Acho que deve ser piedade, já que nem com a superexposição Serra conseguiu alguma melhora. Pelo contrário, caiu nas pesquisas e vê Dilma abrir distância.
Mas o precedente é perigoso, já que o jogo tende a ser mais pesado com o desespero do tucanato e uma mídia menos parcial poderia inibir certas ações descaradas como a participação ilegal nos programas partidários. Pelo visto, o jogo grosso continuará a ser enfrentado nos gramados da resistência blogueira
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