"Os editoriais do Globo e da
Folha deixam claro que Jair Bolsonaro não é o maior dos problemas
brasileiros", escreve o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247
Os ricos, milionários e
bilionários brasileiros já foram minuciosamente descritos pelo sociólogo Jessé
Souza no clássico "A elite do atraso". Detestam os pobres, desprezam
o povo brasileiro e tratam o País como uma grande fazenda de exploração
colonial. Como alimentam a sociedade mais desigual do planeta, investem
pesadamente no discurso da segurança pública e do "bandido bom é bandido
morto". A seu serviço, contam com uma classe média servil, sempre disposta
a defender os interesses dos ricos para se distanciar simbolicamente dos mais pobres.
E alimentam o discurso moralista para promover o maior de todos os assaltos: o
sequestro do orçamento público.
O retrato desta elite do atraso
está presente nos editoriais desta quarta-feira dos jornais O Globo e Folha de
S. Paulo. Poderiam ter sido escritos pela mesma pessoa. Ambos atacam o programa
de governo do Partido dos Trabalhadores, que elevou o PIB nacional de US$ 500
bilhões para US$ 2,2 trilhões, alçando o Brasil da posição de décima-segunda
para sexta economia global. Para isso, valem-se de mentiras, distorções e
manipulações. Defendem a manutenção do teto de gastos porque querem sequestrar
o orçamento da União para o pagamento dos juros da dívida interna –
endividamento que, por sinal, foi controlado pelos governos Lula e Dilma.
Defendem as privatizações, como a da Eletrobrás, porque não querem um Brasil
com energia barata para promover o desenvolvimento, mas sim se apoderar de uma
empresa pública que irá sugar ainda mais a renda dos brasileiros com tarifas
mais caras. Defendem a reforma trabalhista porque não querem um Brasil de
classe média, mas sim um País com milhões de miseráveis para aumentar o estoque
de trabalhadores dispostos a receber qualquer migalha de seu banquete.
Os editoriais também deveriam
promover uma reflexão da sociedade e dos jornalistas. Para que servem, afinal,
os jornais? Para promover o assalto dos ricos contra os pobres? Para convencer
a classe média que ela deve ser feliz por ser assaltada pelo andar de cima?
Para reduzir o Brasil ao status eterno de país periférico no jogo capitalista?
Num Brasil em que os dois principais jornais agem desta maneira, é duro mas também forçoso constatar que Jair Bolsonaro é o menor dos nossos problemas. Ele é apenas o capanga, o capataz de uma elite que se esconde nos salões para assaltar os mais vulneráveis. Uma elite que vai usar todas as suas armas para impedir que o Brasil floresça.


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