Por Fernando Brito
Acabo de assistir – e participar
dela, sem nenhum prazer – uma cena inacreditável.
Uma bolsonarista, com um
alto-falante, dizendo que as pessoas deveria ir para o trabalho para não
morrerem de fome.
Que haverá caos social se as
medidas de Estados e Prefeituras forem obedecida e o comércio ficar fechado.
Era aqui, na rua que dá acesso a
uma comunidade de gente simples, o Morro Azul, no Flamengo.
Cardíaco ou não, fui à janela
gritar que ela enviasse à rua a sua mãe e o seu pai, para que morressem mais
depressa ou se ela, como boa filha, ia levar-lhes o vírus “de presente”.
Pulmões ainda plenos, com ar para
vencer o sonzinho mixuruca de lata.
Uma a uma foram surgindo as vozes
das janelas.
“Assassina, assassina!”
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