Por Fernando Brito
A turma do “prende-bate-tortura-esfola-mata”, nas redes
sociais, atribui ao “comunismo” do Papa Francisco o tapa que deu na mão de uma
fiel que o agarrou, puxou e recusou-se a largá-lo.
Claro que não foi a reação mais “correta” e Francisco hoje
desculpou-se: “Muitas vezes perdemos a paciência. Isso acontece comigo também.
Peço desculpas pelo mau exemplo dado ontem”.
Não é necessário falar da reação de um homem de 83 anos,
subitamente puxado com força pela mão quando andava na direção inversa.
O mais significativo é verificar o quanto é natural e
espontânea a rejeição de Francisco a gestos de idolatria, o que já demonstrou
nas muitas vezes que tirou a mão da frente de visitantes que a pretendiam
beijar.
É nisto que reside o significado da cena.
A condição humana dos papas, com o próprio Ratzinger diz a
Francisco, num dos ótimos diálogos do filme “Dois Papas”.
E, paradoxalmente, embora não seja correto bater em alguém,
creio que essa demonstração de falibilidade humana traz o Papa para mais perto
das pessoas.
Afinal, não há cordeiro de Deus, daqueles que recolhem os
pecados do mundo, que não dê suas marradas.
Quanto aos minions, aos hipócritas da fé com morte, basta
perguntar se Francisco não estaria naquele excludente de ilucitude: escusável
medo, surpresa ou violenta emoção. COMENTÁRIOS
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