Por Fernando Brito
Juliana Dal Piva, em O Globo,
publica hoje um extenso relato da vida da família Valle, da qual faz parte Ana
Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. Não teriam
interesse algum se a família Valle não tivesse nove parentes contratatados no
gabinete dele e de Flávio Bolsonaro, no período em que este foi deputado
estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Aparentemente, trata-se de gente
com vida modesta, até com dificuldades para sobreviver, unidos apenas pelo fato
que nunca foram, de fato, assessores de coisa alguma.
Dificilmente pode ter embolsado
tudo sem fazer nada, durante anos, sem ter enriquecido. Uma década recebendo
quase R$ 9 mil, morando nos fundos da casa dos pais e tendo de fazer faxinas
para viver?
Juliana foi atrás de todos eles.
Foi atrás, porque todos fogem do assunto, porque não tem uma “história
plausível” para contar.
De pouco adiantará o silêncio,
agora que seu sigilo bancário foi quebrado e tranferências ou saques em
dinheiros sistemáticos serão documentados.
O ex-sogro de Bolsonaro, um dos
parentes que bateu o telefone à reporter, chegou a dizer que vai “acabar em
pizza”.
Certamente não para Fabrício
Queiroz, dificilmente para Flávio Bolsonaro. E é bom Jair já ir torcendo para
não haver sido deixado algum “rabo de palha” para ele.
Bolsonaro, como se viu, não era
apenas uma família, mas uma franquia de mandatos para resolver as necessidades
da troupe.
O “ZeroZero” também vai dizer que
não sabia que seu filho sustentava toda a família de sua ex-mulher?
Que é uma bomba-relógio, todos
estão vendo. Que vai estourar, também. Só resta saber o seu potencial
destrutivo. COMENTÁRIOS
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