Por Fernando Brito
Bernardo Mello Franco, na Folha, analisa o filme “A Lei é
para Todos” , o – isso digo eu – próximo fracasso de bilheteria do cinema
brasileiro.
O roteiro não tem vergonha de nada: retrata investigadores
como heróis quase infalíveis e recorre à caricatura para barrar qualquer
empatia com os investigados.
A produção assume um partido desde o título: o partido da
polícia. A ação é comandada por um trio de delegados determinados a prender
políticos corruptos e passar o país a limpo.
O protagonismo dos homens de preto é tanto que os
procuradores da força-tarefa e o juiz Sergio Moro, representado pelo galã
Marcelo Serrado, ficam relegados a papéis secundários.
O filme adota tratamento desigual até na apresentação dos
personagens.
Políticos e empreiteiros aparecem com nomes reais, como Lula
e Marcelo Odebrecht. Os investigadores são protegidos por pseudônimos, embora
alguns pareçam clones dos originais.
Um filme da Lava Jato dificilmente deixaria de ser parcial –
o que já é difícil em qualquer situação no cinema – como a própria operação.
O diretor do filme se “defende”, dizendo que “votou no Lula”
e que as falcatruas de tucanos, Temer & companhia, que não vieram ao caso
no filme, ficarão para uma
“continuação”.
Está certo. Saímos do thriller para entrar na comédia.
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