Por Fernando Brito
Começa daqui a pouco – é o previsto, ao menos – a sessão do
Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Será palco de tudo o que se pode imaginar, menos ética.
Porque é o palco de uma chantagem explícita, aliás de duas.
A primeira, a de “responder” com o processo de impeachment à
eventual admissão de um processo contra Eduardo Cunha, por suas contas na
Suíça.
A segunda, de recusarem-se a votar a emenda orçamentária sem
a qual a administração pública do país pode parar completamente.
À luz do dia.
À luz da mídia, dos moralistas que não levantam uma palavra
contra isso.
Ao contrário, torcem para que o Governo e o PT se agachem
diante de Cunha.
Para que os possam acusar de sustentar um corrupto – seu
grande aliado até ontem – na Presidência da Câmara.
E, se não se agacharem, para que tenham de enfrentar um
processo de impeachment e de bloqueio total das despesas públicas.
Este jogo é acompanhado, ao contrário, de um sórdido e
interessado prazer pela imprensa, sentada ao lado da. Nunca Eduardo Cunha poderia
acenar com esta chantagem se a mídia brasileira a estivesse denunciando pelo
que é, uma imoralidade.
Mas imoralidade, nos jornais, só existe quando é quando
envolve gente de alguma forma ligada ao governo, ainda que “não venha ao caso”
ser também ligada ao PSDB ou ao DEM. À exceção Cunha, escandalosa, usa-a para
fazer sua “campanha” sem limites pela derrubada do Governo.
Como em todo caso de chantagem, porém, o chantagista
precisa, mais cedo ou mais tarde, ser detido.
E só será detido a hora em que não mais se curvarem às suas
exigências.
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