Por: Fernando Brito
24 de junho de 2014 | 17:01
A esta altura, até pela falta de apetite do PSB em lançar
candidatos aos governos dos estados mais populosos da Federação e seu grupo ir
se acertando em alianças, de situação e de oposição, vai ficando claro que
Eduardo Campos chegará ao início da campanha na televisão reduzido à condição
de mero candidato regional de Pernambuco.
Somado aos demais “nanicos”, dificilmente somarão mas que
10% das intenções de votos.
Ninguém se surpreenda, portanto, que Aécio Neves vá se
aproximando rapidamente dos 30%, o que só não terá em caso de desastre.
Percentual que teve José Serra em 2010, se considerado o
total de votos, com brancos e nulos.
Dilma, naquele momento, 43%,nos mesmos critérios, apenas um
pouco menos do que, na maioria das pesquisas, teria hoje.
O que falta, portanto, na contabilidade eleitoral?
Parece evidente que são os votos de Marina Silva, que evidentemente não migraram para Campos e
parecem dificilmente capturáveis pelo tucano.
O que indica que, se queira ou não, e eleição caminha para
uma polarização mais aguda ainda que a registrada em 2010.
Possivelmente, mais parecida que com a de 2006, onde Heloísa
Helena teve um tamanho mais parecido (cerca de 7% ) com o que terá Campos do
que o que teve Marina em 2010.
Quem quiser procurar paralelos e comparações entre esta
eleição e outras, procure-os na disputa entre Lula e Geraldo Alckmin, não a
entre Dilma e Serra.
E quem quiser encontrar paralelos entre esta e aquela,
busque menos no prestígio que Lula –
desgastado pelo escândalo da CPI dos Correios, que levaria ao chamado
“Mensalão” – do que no desejo do povo brasileiro de não voltar ao passado.
Claro que há algumas diferenças importantes, a começar
daquela que, hoje, está monopolizando as atenções do país: a Copa, prova maior
do processo de sabotagem política que envolve a disputa eleitoral.
Mas, no essencial, será de novo – e pela última vez – a
disputa entre dois projetos de país: o neoliberal e o
nacional-desenvolvimentista.
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