Por Leonardo Boff
Quem leu meus dois artigos anteriores “O funesto império
mundial das corporações” e “Uma governança global da pior espécie: os
mercadores” terá seguramente concluído que na única nave espacial-Terra, seus
passageiros viajam em condições totalmente diferentes. Um pequeno grupo de
super-ricos ocuparam para si a primeira classe com um luxo escandaloso; outros felizardos ainda
viajam na classe econômica e são servidos razoavelmente de comida e bebida. O
resto da humanidade, aos milhões, viaja junto às bagagens sujeita ao frio de
dezenas de graus abaixo de zero, semi-mortos de fome, de sede e no desespero.
Esmurram as paredes dos de cima, gritando: “ou repartimos o que temos nesta
única nave espacial ou, num certo momento, acabará o combustível e pouco
importam as classes, morreremos todos”. Mas quem os escutará? Impassíveis
dormem depois de um lauto jantar.
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