Receita Federal ainda não encontrou os Darfs que pai do maior craque brasileiro disse ter recolhido por acordo em segredo com o Barcelona; ele recebeu a fortuna de 10 milhões de euros antes da final do Mundial de Clubes, em 2011; Santos apanhou de 4 a 0; agora, Neymar pode ser suspenso dos gramados por 4 meses pela Fifa; é assim que entidade máxima do futebol pune jogadores que assinam pré-contratos fora do prazo legal; clube da Vila Belmiro foi passado para trás; drible de pai de Neymar dá chabu, vira a cabeça do filho e preocupa técnico Felipão, que disse que o Brasil "tem a obrigação" de vencer a Copa em casa; e tudo isso por algo que nunca faltou a Neymar: dinheiro; "Ele fez seu primeiro milhão aos 14 anos de idade", declarou o pai; precisava?
247 – O chapéu que o craque Neymar gosta de dar em camponos
adversários deu chabu quando tentado por seu pai e empresário fora dos
gramados. Neymar pai está obrigado, agora, a mostrar à Receita Federal os Darfs
de recolhimento de impostos sobre 10 milhões de euros que recebeu do Futebol
Club Barcelona, em meados de 2011, em troca de sua assinatura num pré-contrato
pela futura cessão de direitos do jogador ao time da Catalunha. Tudo em
segredo, ainda que, no início da semana, em um pronunciamento sem direito a
perguntas de jornalistas, Neymar pai tenha dito que pratica a "transparência"
e quer "paz".
Realmente, se era pela transparência e pela paz, o chapéu
deu mesmo muito errado. Numa triangulação com a empresa NN, de propriedade de
Neymar pai, o pré-contrato assinado com o Barcelona burlou, de saída, o prazo
legal imposto pela Fifa. Quando um jogador tem contrato em vigência com um
clube, como Neymar tinha com o Santos F.C., a entidade máxima do futebol só
permite pré-contratos seis meses do encerramento do compromisso em curso.
Mas Neymar pai, na prática, cedeu os direitos do trabalho do
filho um ano antes do fim do compromisso dele com o Santos. Com 10 milhões de
euros em sua conta corrente, Neymar pai viu o time de seu filho, pouco depois
da assinatura do acordo, perder por 4 a 0 para o Barcelona, na final do Mundial
de Clubes, em dezembro de 2011. Àquela altura, Neymar, o filho, teria de pagar
uma multa milionária se não aceitasse ser jogador do time catalão no primeiro
semestre de 2012.
Enquanto procura pelo Darf de recolhimento de impostos pelo
benefício obtido com o pré-contrato, Neymar pai tem, infelizmente, muito com
que se preocupar pelo filho – e nessa preocupação devem estar juntos todos os
que torcem pela vitória do Brasil na Copa deste ano.
Ocorre que a Fifa tem punido com quatro meses de suspensão
dos gramados, sem exceções até aqui, todos os jogadores que se envolveram em
trapalhadas como a que Neymar está envolvido. A tábua de leis da entidade não
permite a assinatura de pré-contratos antes de seis meses do término de um
compromisso em andamento. Assim, por mais que a mídia de chuteiras não goste da
notícia, há muita chance de Neymar ser sim punido pela entidade máxima do
futebol.
O rolo financeiro, esportivo e ético em que o camisa 10 da
Seleção Brasileira está envolvido mexe diretamente com a estratégia montada
pelo técnico Felipão. Ele disse que os brasileiros têm "a obrigação de
ganhar a Copa", em razão de o torneio ser disputado no Brasil. Se Neymar
precisar ficar fora dos campos em quatro meses antecedentes à Copa, como ele
estará física, técnica e moralmente para enfrentar os maiores adversários do
Brasil? Se não levar a punição, ainda assim Neymar entrará em campo com o peso
do escândalo atrás de si. Para aliviar o estresse, o melhor começo seria mesmo
Neymar pai achar os Darfs de recolhimento de impostos pela fortuna recebida em
2011.
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