Afinal, o tão especulado reajuste dos preços do combustível
saiu.
E a Petrobras vai, de novo, levar a culpa por uma aumento de
preços que vai para todo mundo, muito mais do que para ela.
Porque, de verdade, a Petrobras recebe apenas, em média, 36%
do preço pago pelo consumidor que abastece seu carro.
Os governos estaduais levam, sem produzir nem uma gota de
nada, 28% de ICMS.
O etanol misturado à gasolina fica com 12%.
8% são PIS e Cofins, únicos impostos federais, já que foi
zerada a alíquota da Cide, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico.
E os 16 por cento restantes ficam para cobrir custos e
margem de lucro de distribuidores e revendedores.
Os 4% de reajuste anunciados hoje representam cinco centavos
por litro.
Um oitavo da diferença do preço da gasolina cobrado num
posto da Avenida Brasil, no Rio, a R$ 2,80, para um posto junto à Lagoa Rodrigo
de Freitas, onde custa R$ 3,20.
Mas, na hora de reajustar, vocês vão ver se o preço vai
subir cinco centavos, ou sete, como deveria ser contando a alíquota de imposto.
Está mais do que na hora da Petrobras fazer uma campanha de
esclarecimento para mostrar quem ganha o que no preço da gasolina.
Acho bacana os anúncios das tartarugas que ela salva no
Projeto Tamar, mas seria bom investir também no esclarecimento do pessoal que
fica achando que ela é a vilã do preço da gasolina.
E a nossa imprensa, que fez tanta campanha para que as notas
fiscais passem a discriminar o valor do imposto, bem que podia fazer uma
tornando obrigatório colocar no postos a discriminação dos preços que compõem o
valor final do combustível.
Garanto que vai ter muita gente desejando a volta do
tabelamento governamental.
Afinal, a transparência deve valer para todos.
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