SÃO
JOÃO DE OUTRORA
Neste 23 de junho, dia da fogueira de São João, viajo no tempo e lembro o São João da
minha infância, vivido aqui na Feira de Santana de todos omeus dias, no
circuito Praça Fróes da Motta, Nagé e Sobradinho.
No São João daquele tempo a gente via as residências feericamente iluminadas,
adornadas de graciosas lanternas e longas fitas coloridas pelos corredores da
casa.
Do São João daquele
tempo guardo na memória a bem forrada mesa tendo sobre ela pratos maravilhosos,
de travessa, contendo morena e saborosa canjica – a rainha da festa de São
João, que tinha como seus seguidores os doces secos e de calda, frutas variadas,
entre elas gostosas laranjas.
No São João de outrora, também presente na mesa a leitoazinha tostada, vaidosa
ainda, exibindo uma flor na cintura, parecendo namorar o porquinho sisudo, no
entanto cheiroso como um cravo.
No São João da minha infância, o rei da mesa, no entanto, era o peru, com seu papo
recheado, orgulhoso, desafiando os seus adversários gastrônomos, principalmente
as galinhas assadinhas, enfeitadas de tirinhas de papel.
No São João de um passado distante tinha muita mais na mesa de todas as casas.
Tinha queijos de cuia, doce de caju, doce de leite, etc. Tinha vinho, tinha
cerveja, mas tinha principalmente o saboroso licor de jenipapo a disputar com o
licor de maracujá a preferência dos convivas.
No São João da minha infância, na frente de cada casa não existia apenas a fogueira
assando milho, batata doce e outros produtos típicos. Tinha a árvore plantada
com seus ramos cheios de milhos, laranjas, cocos e tudo mais conforme o dono da
casa.
No São João dos velhos tempos a gente bebia,
dançava e pulava fogueira, num ritual que motivava o surgimento de
compadres e comadres que muitos vezes até terminava em casamentos com as graças de Santo
Antonio e a proteção de São João.
Exalto o São João da minha infância sem a pretensão de achar que a festa junina acabou
e muito menos o São João. Mas se é verdade que ela ainda existe, também é
verdade que ela não tem mais a beleza do passado.
Na Feira, quando o São João já não motivava o intenso vai e vem das pessoas de
casa em casa, o prefeito José Falcão, ainda no seu primeiro mandato, no começo
dos anos 70, fez do distrito de Maria Quitéria, sede da grande festa junina.
Viajo no com uma enorme placa de zinco exibindo a tentadora
frase: “Entre e veja como é bonito o São João de São José”.
Com o passar dos anos, mesmo nas outras gestões do próprio alcaide, foram
desaparecendo as fogueiras, as quadrilhas e outros componentes tradicionais. Na
imensa praça, além das barracas com
muita cerveja e nenhum licor, um enorme palco armado com artistas famosos
executando as musicas dos programas de
rádio e televisão.
E
NO MAIS, mesmo nos poucos recintos fechadas onde a festa tenta resistir, no
lugar das canções de amor interpretadas por Marines, Trio Nordestino e outros
mestres do período junino, ouve-se musicas de duplo sentido como aquela que diz “Eu conheço a cara da mulher de pode”,
ou “Eu nunca fui de mal com você...”
No São João de outrora, também presente na mesa a leitoazinha tostada, vaidosa ainda, exibindo uma flor na cintura, parecendo namorar o porquinho sisudo, no entanto cheiroso como um cravo.
No São João da minha infância, na frente de cada casa não existia apenas a fogueira assando milho, batata doce e outros produtos típicos. Tinha a árvore plantada com seus ramos cheios de milhos, laranjas, cocos e tudo mais conforme o dono da casa.
Viajo no com uma enorme placa de zinco exibindo a tentadora frase: “Entre e veja como é bonito o São João de São José”.
E NO MAIS, mesmo nos poucos recintos fechadas onde a festa tenta resistir, no lugar das canções de amor interpretadas por Marines, Trio Nordestino e outros mestres do período junino, ouve-se musicas de duplo sentido como aquela que diz “Eu conheço a cara da mulher de pode”, ou “Eu nunca fui de mal com você...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário