Lançado o livro "Aloisio Resende, poeta do candomblé – a história das populações negras em Feira de Santana”, do professor e historiador Josivaldo Pires de Oliveira, ou simplesmente Bel Pires.
“São textos rápidos, de formatação diferenciada, para que tenha maior alcance”, define o autor, que divide a obra com Denilson Lima Santos e Gabriel Ferreira. A ideia, conforme anunciou no ato de lançamento, realizado na noite desta terça-feira (29), no Museu de Arte Conteporânea (MAC), é levar as questões abordadas no livro para a sala de aula, em uma segunda etapa do projeto.
“São textos rápidos, de formatação diferenciada, para que tenha maior alcance”, define o autor, que divide a obra com Denilson Lima Santos e Gabriel Ferreira. A ideia, conforme anunciou no ato de lançamento, realizado na noite desta terça-feira (29), no Museu de Arte Conteporânea (MAC), é levar as questões abordadas no livro para a sala de aula, em uma segunda etapa do projeto.
Caríssimos,
ResponderExcluirLi ontem o livro “Aloísio Resende: poeta dos candomblés”, de meu amigo o professor Josivaldo “Bel” Pires de Oliveira o que de melhor um ensaio historio pode nos proporcionar, e nos livra do que a grande maioria dos textos de seus colegas de ofício costuma nos impor: uma narrativa enfadonha, sem ritmo ou clímax, repleta de detalhismos que muito mais atrapalham do que ajudam ao seu despretensioso leitor. O livro do professor Bel Pires é diferente: ele apresenta um corte muito bem feito, objetivo, claro e bastante “prático” em sua análise e em nenhum momento obriga o seu leitor a desviar o olhar cansado de seu texto ou se desesperar em busca de um dicionário que lhe salve da total inaptidão com certos termos técnicos.
Como se não bastasse, Bel nos apresenta a um Aloísio Resende engajado, preocupado com muitas de suas questões sociais de seu tempo, um poeta que, ao contrário do que lhe seria conveniente em épocas de Belle Époque, não se aceita trancafiar em uma torre de marfim mito-poético como fazia grande maioria dos bardos daquele tempo. Aloísio foi um combatente ferrenho de injustiças e preconceitos, além de se mostrar um exímio conhecedor dos aspectos sócio-culturais tanto que diziam respeito ao seu mundo de homem de Letras, quanto de homem, negro, sujeito, entre outras coisas, aos estereótipos que muito facilmente poderia sofrer.
É preciso dizer,no entanto, que o livro peca em duas coisas, ao meu ver, quase imperdoáveis: a escandalosa falta de um revisor que evitasse certos deslizes inconvenientes tanto na gramática quanto na estética gráfica do livro e uma pequena antologia que deixasse o leitor mais à vontade com o objeto ali analisado... sente-se aquele gosto de água na boca toda vez que lemos os trechos do poema mas não o temos em seu todo para uma apreciação livre das interferências analíticas que todo bom poema merece.
Mas, se o livro apresenta estes dois pequenos defeitos, ele nos presenteia com dois grandes tesouros: primeiro duas crônicas do próprio poeta resgatadas pelo organizador do livro, do escaninho empoado da memória jornalística feirense,ou melhor, do jornal “Folha do Norte” e a segunda as belas telas do artista plástico Gabriel Ferreira que tornam o livro ainda mais vivo e poético por assim dizer.
Por fim, o professor Josivaldo “Bel” Pires de Oliveira, com este livro, não só nos mostra o quanto que é um profundo conhecedor da matéria que escolheu para dialogar, como é um dos homens mais inteligentes e apaixonados, principalmente pelo que fala e faz, que conheço.
Silvério Duque