domingo, 25 de setembro de 2011

JORNAL "GAZETA DO POVO", DEZEMBRO DE 1959 - VI

Lembranças de João Mamona

Foi em setembro de 1959 o falecimento de João Martins Mamona, o João Memona como era conhecido na cidade e em toda região.
Antes de fixar residência em Feira e de ter sido grande pecuarista em Camisão, nome antigo de Ipirá, João Mamona vivia nas Umburanas, sendo durante o Estado Novo um daqueles coronéis de fazer valer suas ações.
Caboclo grandalhão, forte, alegre, otimista, Mamona era apenas o sobrenome no registro, pois na verdade era um jequitibá e tinha disposição para qualquer tipo de luta.

Velho amigo de Getulio Vargas, o presidente sempre o distinguia mesmo quando estava entre a multidão dos comícios.

João Mamona teve assento na câmara municipal desta cidade, com destacada atuação na 2ª legislatura, instalada em abril de1951.

Poucos sabem, mas foi dele a idéia de batizar a biblioteca da câmara municipal, com o nome de Francisco Sales Barbosa, homenageando o grande jornalista e poeta feirense.

Contam que Mamona estava discursando na câmara e sem que tenha concedido aparte, foi interrompido pelo vereador Tito Machado, tio de Franklin Machado, com duras criticas ao tema abordado pelo orador. Irritado com a intromissão indevida, Mamona bradou causando risos na platéia:
- Acabo de ser interrompido pelo machado cego.
Houve sururu no plenário da câmara porque Tito Machado, sempre ferino, devolveu a ironia dizendo ao grandalhão e valente João Mamona:
- O machado é cego, excelência; mas serve para derrubar momona...

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