De Jaquekine a Colbert, de Costa Pinto a Zé Ninguém
Há um romance de Antônio Callado, ‘Memórias de Aldenham House’ onde uma tese social permeia todo o texto que narra a história de jornalistas sul americanos trabalhando na BBC de Londres na época da Grande Guerra: a América Latina não tem jeito, será sempre esse poço de contradições sem solução.
Cada dia mais, embalado pela velhice às portas e pelos fatos do cotidiano, me convenço de que é isso mesmo. Não tem jeito.
Em Brasília, a deputada Jaqueline Roriz é absolvida porque seu crime, comprovado, não foi cometido quando ela era deputada, enquanto o ex-deputado Colbert Martins ‘se vira nos trinta’ para se sair da acusação de peculato.
Aqui na Bahia, o mega empresário que tornou-se mega sonegando impostos - um 'Costa Pinto Cavalcanti' - sai da prisão e certamente vai resgatar sua ilha paradisíaca confiscada pela Receita Federal.
Enquanto isso os presídios estão cheios de pobres meliantes flagrados, ou não,
em crimes ‘imperdoáveis’ . Os Zé Ninguém.
E nos fóruns, as sentenças judiciais trafegam em carros de luxo blindados pela intocabilidade do Poder Judiciário.
Não, não tem jeito.
Jânio Rêgo
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