sábado, 30 de abril de 2011

ACM NETO: "POLÍTICA VIVE UMA SÍNDROME DO ADESISMO"

‘O Maior amigo de Serra no DEM está no colo de Dilma’
‘Kassab partiu para destruir o DEM. Partido não acabou’
‘Projeto da oposição precisa ser construído, não existe’
DEM e PSDB ‘têm que ter a coragem de ir para a rua’

O DEM ainda se chamava PFL quando o deputado federal ACM Neto obteve seu primeiro mandato, em 2002. Chegou à Câmara numa má hora.


Seu partido assumira o poder pouco depois de as caravelas de Cabral aportarem em Porto Seguro. Com a eleição de Lula, virou oposição.


Herdeiro de uma dinastia cevada à base de cargos e verbas, o neto de ACM e sobrinho de Luis Eduardo Magalhães vive o seu pior momento.


Líder de uma legenda à deriva, ele desperdiça saliva tentando convencer os liderados de que oposição não é sentença de morte política.


“A gente tenta mostrar que pode ter um projeto futuro, mas boa parte dos políticos só enxerga o dia de amanhã. Os políticos acham que só sobrevivem nas barras da saia do governo”.


ACM Neto falou ao repórter Leandro Loyola. O resultado da conversa foi às páginas da revista ‘Época’.


A pregação do líder surte pouco efeito. Apartados dos cofres há quase uma década, os partidários de ACM Neto parecem exaustos da privação.


“A política vive a síndrome do adesismo”, ele reconhece. Vê na trajetória do ex-PT um modelo de ação:


“O PT viveu mais tempo na oposição do que está vivendo no governo. [...] Foi menor do que o DEM é hoje. [...] Teve um projeto claro, soube ir para as ruas e soube conquistar o poder”.


Advoga para a opositores de hoje um fórmula análoga. Além de elaborar uma plataforma, “que não existe”, acha que a oposição tem de perder o medo de ir às ruas.


Em 1995, quando FHC iniciou o seu primeiro mandato presidencial, o DEM era a segunda maior bancada do Congresso.


Sob o tucanato, chegou a presidir as duas Casas do Legislativo: o avô de ACM Neto comandava o Senado. O tio dava as cartas na Câmara.


Ex-Arena e ex-PDS, o pefelê virou DEM. Depois, pôs em pé um projeto de poder voltado para o ano 2000. Permitia-se sonhar com o Planalto.


Hoje, sem projeto, o DEM assiste à migração de seus quadros para o PSD do ex-filiado Gilberto Kassab e flerta com a ideia de fundir-se ao PSDB.


Os devaneios presidenciais foram substituídos pelo pesadelo do risco de extermínio. Bornhausen, ex-timoneiro do ‘Projeto 2000’, faz as malas.


Contra todas as evidências, ACM Neto diz que seu partido “não acabou”. E capricha nos ataques a Kassab:


“Eu não posso conceber que o maior amigo de Serra no DEM esteja no colo de Dilma”. Vão abaixo algumas das declarações de ACM Neto:

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