terça-feira, 6 de novembro de 2018

BOLSONARO DÁ UMA BOFETADA NAS PROFESSORES


Por Fernando Brito

O senhor Jair Bolsonaro, aquele que você ouviu dizer, durante a campanha, que era preciso devolver ao professor a autoridade em sala de aula, acaba de esbofetear o magistério e tirar dos professores o pouco de autoridade que eles tentam manter, ainda, ao referendar, em entrevista à Bandeirantes, a ideia estapafúrdia e policialesca da deputada estadual eleita em Santa Catarina pelo PSL Ana Caroline Campagnolo para que os estudantes  gravem as aulas, para supostamente registrarem “episódios de doutrinação”.

De agora em diante, em qualquer classe, com a bênção presidencial, qualquer estudante (ou até a turma inteira, por que não?) está autorizada a levantar o celular e apontar para o professor ou professora que estiver falando de qualquer coisa. Liberados, portanto, para não prestar atenção ao que está sendo dito, porque não devem ser muitas as pessoas que conseguem gravar e manterem-se atentas ao que se diz.

Se o professor ou professora quiser repreendê-lo, poderá alegar que “o Presidente autorizou” e que estava fazendo isso por que o mestre estava tentando doutriná-lo, mesmo que a aula seja sobre “produtos notáveis”. Ou se valer de um trecho, apenas, do que é dito para simular “propaganda” esquerdista e usar isso como ferramenta de intimidação e vingança por notas baixas.

O assunto é grave e mereceu, em Portugal, regulamentação específica no  Estatuto do Aluno e Ética Escolar, que estabelece os direitos e os deveres do aluno dos ensinos básico e secundário, lei editada em 2012. CONTINUE LENDO

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