Por Fernando Brito
O senhor Jair Bolsonaro, aquele que você ouviu dizer,
durante a campanha, que era preciso devolver ao professor a autoridade em sala
de aula, acaba de esbofetear o magistério e tirar dos professores o pouco de
autoridade que eles tentam manter, ainda, ao referendar, em entrevista à
Bandeirantes, a ideia estapafúrdia e policialesca da deputada estadual eleita
em Santa Catarina pelo PSL Ana Caroline Campagnolo para que os estudantes gravem as aulas, para supostamente registrarem
“episódios de doutrinação”.
De agora em diante, em qualquer classe, com a bênção
presidencial, qualquer estudante (ou até a turma inteira, por que não?) está
autorizada a levantar o celular e apontar para o professor ou professora que
estiver falando de qualquer coisa. Liberados, portanto, para não prestar
atenção ao que está sendo dito, porque não devem ser muitas as pessoas que
conseguem gravar e manterem-se atentas ao que se diz.
Se o professor ou professora quiser repreendê-lo, poderá
alegar que “o Presidente autorizou” e que estava fazendo isso por que o mestre
estava tentando doutriná-lo, mesmo que a aula seja sobre “produtos notáveis”.
Ou se valer de um trecho, apenas, do que é dito para simular “propaganda”
esquerdista e usar isso como ferramenta de intimidação e vingança por notas
baixas.
O assunto é grave e mereceu, em Portugal, regulamentação
específica no Estatuto do Aluno e Ética
Escolar, que estabelece os direitos e os deveres do aluno dos ensinos básico e
secundário, lei editada em 2012. CONTINUE LENDO
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