Por Sergio Saraiva
Eu e Bolsonaro somos da mesma geração. Ele de 55 e eu de 59.
Vivemos o mesmo tempo.
Qual era o ano? 1986 ou 1987? Que importa? Foi a primeira
vez que ouvi falar de Bolsonaro. Um oficial bravateiro e indisciplinado – um
mau militar afrontando a hierarquia ao falar a uma jornalista de um plano para
um atentado terrorista mirabolante rascunhado em uma folha de papel. Iria
explodir bombas, estava insatisfeito com o salário que recebia.
Foi preso, depois se desculpou com o comandante e disse que
tudo não passava de mentiras da jornalista. Bolsonaro já era assim; quando a
coisa fede, ele cai fora e culpa os outros.
Acredito que Bolsonaro falou o que falou – gosta de chamar a
atenção sobre si e é oportunista. Mas não acredito que Bolsonaro fosse de fato
explodir qualquer bomba. Bolsonaro gosta de fazer crer que pertencia à
“tigrada”, mas sempre me pareceu um bunda mole. “Tigrada” era como eram
chamados aqueles que na época realmente explodiram bombas – às vezes mataram
pessoas, como na OAB em 1980 – às vezes morriam tentando explodi-las, como no
Riocentro em 1981. Bolsonaro nunca foi um deles. Sobra-lhe saliva, faltam-lhe
culhões.
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