Por Fernando Brito
No dia em que se anunciou, pela primeira vez, a autorização
do Supremo para que Lula concedesse uma entrevista, escrevi aqui que isso se
daria, “a menos que Sua Alteza, o Juiz dos Juízes, Sérgio Moro, dê uma
“invertida” na decisão tomada pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski”.
Não conseguiu inverter, afinal, mas retaliou.
Terá sido mera, meríssima coincidência o fato de Sérgio Moro
ter liberado o acesso à “delação xêpa” de Antonio Palocci – na qual há tão
poucas provas ou revelações que nem a turma da Procuradoria Geral da República
no Paraná quis aceitar- ter coincidido exatamente com a decisão de Ricardo
Lewandowski de não aceitar o golpe jurídico de Luiz Fux e proibir a entrevista
previamente autorizada com o ex-presidente Lula?
Creiam os que
quiserem que tudo se passou ao acaso na radiosa manhã do sexto dia antes
da eleição.
O pouco que li trata de coisas que Palocci diz que “soube” e
de explanações genéricas sobre a promiscuidade entre partidos e empresas.
A maioria – ou quase tudo – já foi objeto de “vazamentos” e
sua divulgação, agora, em bloco, é essencialmente um gancho para intermináveis
reportagens nos jornais e na televisão.
Claro está que para atingir o crescimento da candidatura
Haddad e sinalizar aos integrantes do Supremo que se recusam a vergar a coluna
para o seu poder de mando.
Particularmente, não acredito que vá produzir efeitos
“tsunâmicos” sobre a candidatura do PT, seja porque a manipulação judicial hoje
é muito mais evidente do que há anos atrás, seja porque há um certo enfado da
opinião pública com o denuncismo vigente.
E depois porque o autor das denúncias está na lanterna dos
desesperados, preso há dois anos, e disposto a dizer qualquer coisa que o possa
tirar da cadeia.
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