Por Fernando Brito
Agora você já pode escolher: notícias fake, fotos fake e
pesquisas…
Quais foram os fatos políticos novos da última semana?
Um, essencialmente: o estrondoso movimento de repúdio a Jair
Bolsonaro, representado no “#EleNão”, que lotou as ruas de centenas de cidades
brasileiras.
Será o primeiro caso de um candidato que, repudiado em praça
pública, cresce quatro pontos percentuais em uma semana.
E que outro, que vinha subindo com força e constância,
consegue agregar 11 pontos (!!!!) em sua
rejeição em apenas seis dias, sem ter afogado gatinhos ou atropelado carrinhos
de bebê.
Mais ainda: todas as pesquisas divulgadas entre a última
edição do Ibope e esta os dados vieram ao contrário do que mostra esta versão
do Ibope: em todas elas Bolsonaro fica estagnado ou oscila para baixo, dentro
da margem de erro e Fernando Haddad sobe, em algumas delas chegando ao empate
técnico.
O gráfico do post, retirado do próprio G1, mostra a
tendência absolutamente inversa entre o Ibope e o Datafolha.
O Ibope foi, como dizia aquele auxiliar de Fernando Henrique
Cardoso envolvido em negócios obscuros da privatização, ao “limite da
responsabilidade”.
Na entrevista que deu domingo ao JB, diante de uma tendência
clara de polarização, sua diretora disse
que “nada estava decidido”. Hoje, mais cedo, seu dono, Carlos Augusto
Montenegro, famoso por previsões que não se concretizam, deu entrevistas com um
misterioso “não sei se o crescimento de Haddad se mantém, para ou retrocede”
O objetivo é claro: desmobilizar o que se viu mobilizado nas
ruas, no sábado e mobilizar os fascistas que andavam desenxabidos.
E, secundariamente, levar a campanha de Haddad a uma
agressividade que, a esta altura, o igualaria a Geraldo Alckmin ou a Ciro Gomes.
Resta saber se os demais institutos de pesquisas vão aceitar
o grito do “chefe”.
Eles, talvez. Nós, não.
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