quarta-feira, 5 de agosto de 2015

DEZOITO ANOS SEM JOSÉ FALCÃO

Esta quarta-feira, dia 5 de agosto, lembra que há 18 anos Feira perdeu um dos seus mais destacados líderes políticos, o ex-prefeito José Falcão da Silva, falecido em 1997, quando estava no exercício do seu terceiro mandato como chefe do executivo municipal.

Falcão nasceu na Fazenda Cocão, distrito de Mercês, atual Sergí, no Município de São Gonçalo dos Campos, no dia 19 de agosto de 1930, falecendo, portanto, poucos dias antes de completar 67 anos. Hoje, se vivo estivesse, iria completar 85 anos.

Filho de Tiburcio Ferreira da Silva e Abadézia Falcão da Silva, aos 10 anos perdeu o pai, passando a ser criado pelos tios Antonio Eloy da Costa e Francisca Carolina da Costa, na Vila de Mercês, onde iniciou os estudos. Aos 12, com os tios, veio morar em Feira.

Por convite do monsenhor Amílcar Marques, em 1945 entrou no Seminário Menor de São José, em Salvador, onde ficou até 1949. De volta estudou no Colégio Santanópolis onde concluiu Contabilidade e Magistério Público. Ao mesmo tempo em que fazia os cursos lecionava Latim, Francês e Português.

Como estudava à noite, durante o dia trabalhava como balconista da loja de sapatos de Antonio Barbosa Caribé, para ajudar no sustento da família. Por concurso público foi ser bancário na agencia local do Banco do Brasil, onde ficou lotado até 1982, quando aconteceu sua aposentadoria.

Após vestibular em 1952 ingressou no curso de Direito, da Faculdade de Direito de Aracaju, transferindo-se em 1959 para a Ufba sendo diplomado na turma de 1960.

Falcão estreou na vida pública em 1962 como candidato a deputado pelo nanico PR sem obter êxito. Em 1966, foi o mais votado vereador do MDB, liderando uma bancada que tinha entre outros Luciano Ribeiro, Noide Cerqueira e Theodulo Junior. Ao se despedir da câmara para disputar a Prefeitura em 1970 declarou em discurso:
- É a hora do adeus. Não um adeus daqueles em pranto, mas um adeus com a certeza da consciência tranqüila do dever cumprido...

Em 1970 perde para o arenista  Newton Falcão por conta dos distritos, mas em 1972 ganha para dois arenistas – João Durval e Alberto Oliveira. Entre a derrota de 1970 e a vitória de 1972. Uma marchinha passa a ser ouvida na cidade e  no campo:
“Não adianta pedir, não adianta dá a mão, meu voto é de José Falcão...”

Falcão passa a Prefeitura ao sucessor em 3l de janeiro de 1977, mas continua fazendo política. Em 1978 perde para deputado federal, mas nas eleições municipais de 1982 por conta de nova legislação volta a Prefeitura para um longo mandato de seis.

Em 1990 para surpresa de muitos, Falcão consegue afinal ser eleito deputado federal, mas dois anos depois, também para surpresa de muitos, ele não consegue ser novamente eleito prefeito na disputa de 1992 com João Durval (PMN), Luciano Ribeiro (PMDB) e Gerinaldo Costa. Sábio, Falcão explicava mineiramente os resultados de 90 e 92:
 - Política e mineração, só depois da apuração...

Em 1996  mesmo com a saúde debilitada  Falcão disputa a prefeitura pela quinta vez e conquista sua terceira vitória. Sem condições físicas para as grandes caminhadas de campanhas passadas, aproveita os debates entre os candidatos, e ganha mais simpatia e votos, respondendo os adversários com frases de efeito:
-No lazer Vossa Excelência não  tem plano melhor do que o meu. Afinal, não é à toa que todos me chamam de Zé Festinha...
-Vossa Excelência sabe onde fica o Ovo da Ema?...
-Nobre candidato; praga de urubu velho não pega em cavalo novo...

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