“Saudade dentro do peito | É qual fogo de monturo | Por fora
tudo perfeito, | Por dentro fazendo furo.
Há dor que mata a pessoa | Sem dó e sem piedade, | Porém não
há dor que doa | Como a dor de uma saudade.
Saudade é um aperreio | Pra quem na vida gozou, | É um
grande saco cheio | Daquilo que já passou.
Saudade é canto magoado | No coração de quem sente | É como
a voz do passado | Ecoando no presente.”
Patativa só passou seis meses na escola, mas isso não o
impediu de ser Doutor Honoris Causa de pelo menos três universidades.
Ele não teve estudo, mas discutia com maestria a arte de
versejar e gostava de compor dentro dos limites da métrica e da rima.
Por isso estranhava alguns poetas urbanos que fugiam desse
rigor e questionava se não estariam fazendo prosa em vez de poesia, dizendo:
“Aquilo é poesia? Aquilo é prosa. Não tem medida, sílaba predominante, não tem
tônica e não tem rima! A beleza da poesia é a rima.”
Camoniano, ele também dizia que a perda da visão de um olho,
na infância, o deixava mais próximo de Camões; quando lia o poeta luso,
brincava: “Hoje li Camões. Sou atrevido”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário