Paulo Cesar Bastos *
Para ampliar a oferta de etanol o importante, fundamental e
estratégico, além de óbvio, é diversificar as matérias primas e ampliar as
regiões produtoras. Significa dizer que precisamos continuar, sem dúvida,
incentivando e modernizando a cultura e o processamento da cana de açúcar, mas,
também, deveremos ir um pouco além do canavial.
O Brasil precisa reforçar as ações para fomentar e
implementar uma política energética inovadora e reguladora através da
introdução de alternativas de matéria prima para a produção do álcool.
O etanol poderá vir
da Terra do Sol, o Nordeste Brasileiro, pelo cultivo e utilização tanto do
agave azul como, também, do sorgo doce ou sacarino para produção de álcool como
opção viável para o período da entressafra da cana de açúcar, promovendo a
segurança do abastecimento e o equilíbrio do mercado.
Culturas de regiões secas e quentes, o agave azul (Agave
tequilana) poderá fazer com o sorgo sacarino uma dupla sertaneja de sucesso
produzindo etanol na região semiárida nordestina. A irregularidade hídrica do
Nordeste requer culturas resistentes, caso do agave e do sorgo. Vale lembrar a
experiência nordestina com outra planta da família Agavaceae, o sisal (Agave
sisalana), cultivado nos estados da Paraíba e da Bahia, sendo que na região
sisaleira baiana está situado o maior pólo produtor e industrial do sisal do
mundo.
Pesquisas já existem, precisamos, no entanto, de ações
complementares de assistências e extensões, rurais e tecnológicas, para a
efetiva produção. No Grande Sertão encontraremos as veredas do progresso. Vamos
inovar, renovar e avançar.
* Paulo Cesar Bastos é engenheiro civil e produtor rural
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