Como a vitória do tucano em São Paulo hoje parece ser quase impossível, houve um freio de arrumação tanto no Supremo Tribunal como nos meios de comunicação; os ministros que, na terça, falam no sintomático “13” e faziam comparações com o PCC foram mais contidos; enquanto isso, jornalistas desistiram de falar sobre eleições, um tema banal
25 DE OUTUBRO DE 2012 ÀS 09:35
247 – Para quem assistiu o Jornal Nacional da última terça-feira, em que 18 minutos foram dedicados ao mensalão, com destaque para as passagens em que Marco Aurélio Mello citou a quadrilha formada pelo “sintomático 13” e Celso de Mello comparou o partido ao PCC e ao Comando Vermelho, era de se esperar que, ontem, a toada seguisse no mesmo ritmo.
Nada disso, o que se viu foram ministros brandos, ponderados, alertando sobre a cautela na fixação de penas (com fez Marco Aurélio) e, na maioria das vezes, seguindo as posições mais equilibradas do revisor Ricardo Lewandowski (com fez Celso de Mello). No noticiário do Jornal Nacional, a reportagem dedicada ao mensalão não citou mais o PT.
E o “clímax” que poderia ter ocorrido ontem, previsto pela coluna Radar de Veja, que seria a definição das penas de José Dirceu e José Genoino, ficará para depois de 5 de novembro (após as eleições, portanto), quando Joaquim Barbosa retornará de um tratamento na coluna na Alemanha.
O freio de arrumação, aparentemente, decorre da impossibilidade de que o julgamento tenha qualquer peso maior na eleição municipal de São Paulo. Segundo dois institutos, Datafolha e Ibope, Fernando Haddad, do PT, já está praticamente eleito. Sua vantagem nos votos válidos é de vinte pontos no Datafolha (60% a 40%) e de 14 no Ibope (57% a 43%).
Isso significa que, por maior que fosse o assopro de grandes telejornais, como o JN, ou dos ministros do Supremo Tribunal Federal com suas frases de efeito, nada seria capaz de impedir a vitória do PT no próximo domingo.
Talvez por isso, tenha sido feita a reflexão entre os ministros da corte, que não gostariam de ser ver acusados de participar de uma manobra eleitoral frustrada.
Ao mesmo tempo, jornalistas políticos deixaram de comentar suas próprias pesquisas. Na Globo, Merval Pereira nada falou sobre o Ibope, ligado à emissora comandada por Ali Kamel, assim como Eliane Cantanhêde não comentou o Datafolha, como sempre fez em suas colunas. Apenas Reinaldo Azevedo publicou um pequeno post onde disse torcer para que as pesquisas estejam erradas.
Não estão. No domingo, Fernando Haddad será eleito prefeito de São Paulo. Os ministros do Supremo Tribunal Federal já sabem disso, assim como os donos e colunistas dos principais meios de comunicação do País.
O balão de José Serra ficou vazio, esvaziando também o mensalão.
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