Aliados do candidato descrêem da hipótese de um 2º turno
Tucano fez a conta e concluiu que nã há tempo para virada
Seria preciso retirar de Dilma cerca de 9,4 milhões de votos
A 15 dias do encontro dos eleitores com as urnas eletrônicas, integrantes das cúpulas do PSDB e do DEM jogaram a toalha.
O signatário do blog ouviu, nas últimas 48 horas, três caciques da oposição –dois tucanos e um ‘demo’.
Para atalhar as declarações protocolares, o repórter comprometeu-se a preservar a identidade dos interlocutores.
Sabendo-se protegidos pelo anonimato, os interlocutores discorreram sobre o desânimo que viceja ao redor de Serra.
Allcançado pelo celular na noite desta sexta (17), um líder tucano disse que a inviabilidade de Serra tornou-se “evidência matemática”.
Munido de cálculos que encomendara à assessoria, o grão-tucano contabilizou o tamanho do desafio.
Para evitar que Dilma Rousseff prevaleça já em 2 de outubro, seria necessário retirar dela algo como 9,4 milhões de votos.
Dito de outro modo: até a data da eleição, a pupila de Lula teria de perder pelo menos 627 mil votos por dia.
“Se a gente olha os percentuais das pesquisas, fica desanimado. Quando o percentual vira número de votos, entende-se o por quê”, disse o tucano.
Os cálculos foram feitos com base no último Datafolha. Consideraram-se apens os votos válidos, sem os brancos e nulos e os indecisos.
Os 57% atribuídos a Dilma correspondem a cerca de 74 milhões de votos. Os 30% de Serra, 36 milhões. Por trás dos 12% de Marina Silva, estão 16 milhões de eleitores.
Outro tucano que falou ao repórter realçou o fato de que Serra, “com erros e acertos”, já fez “tudo o que podia na campanha”.
No início, posou de oposicinista light. Repisou na propaganda a tese segundo a qual tudo o que funciona sob Lula seria mantido numa gestão tucana.
Alvejava Dilma, mas preservava Lula. Chegou mesmo a levar a imagem do presidente à televisão. A estratégia revelou-se improdutiva.
A partir do noticiário sobre a violação do sigilo fiscal de tucanos, o marketing de Serra elevou o timbre da campanha. E nada.
Sobreveio o episódio do tráfico de influência que produziu a queda da ministra Erenice Guerra (Casa Civil). O tucano resumiu:
“O Serra de hoje está distante do Serra dos primeiros dias da campanha como a Lua da Terra. E as pesquisas mostram que os dois Serras foram mal recebidos”.
O cacique do DEM que se dispôs a falar ao blog revelou maior afeição pelo segundo Serra, o candidato de discurso mais agressivo. Porém...
Porém, mesmo líder ‘demo’ disse que, a essa altura, o par de escândalos alardeados por Serra não devem abalar o favoritismo de Dilma.
“O caso da Erenice, mais diretamente ligado a Dilma, é mais forte que o da Receita”, declarou. “Mas o eleitor não está interessado. Nada parece furar o escudo de Lula”.
A percepção foi corroborada por duas novas pesquisas divulgadas nesta sexta. Uma do Ibope e outra do Vox Populi. Em ambas, a mesma realidade: Dilma surfa sobre os escândalos.
Os entrevistados revelaram uma apreensão comum. Acham que, consolidada a perspectiva de vitória de Dilma, resta à oposição zelar por suas bancadas.
Parecem mais preocupados com a disputa pelas cadeiras da Câmara e do Senado do que pelo assento de presidente.
Escrito por Josias de Souza
Tucano fez a conta e concluiu que nã há tempo para virada
Seria preciso retirar de Dilma cerca de 9,4 milhões de votos
A 15 dias do encontro dos eleitores com as urnas eletrônicas, integrantes das cúpulas do PSDB e do DEM jogaram a toalha.
O signatário do blog ouviu, nas últimas 48 horas, três caciques da oposição –dois tucanos e um ‘demo’.
Para atalhar as declarações protocolares, o repórter comprometeu-se a preservar a identidade dos interlocutores.
Sabendo-se protegidos pelo anonimato, os interlocutores discorreram sobre o desânimo que viceja ao redor de Serra.
Allcançado pelo celular na noite desta sexta (17), um líder tucano disse que a inviabilidade de Serra tornou-se “evidência matemática”.
Munido de cálculos que encomendara à assessoria, o grão-tucano contabilizou o tamanho do desafio.
Para evitar que Dilma Rousseff prevaleça já em 2 de outubro, seria necessário retirar dela algo como 9,4 milhões de votos.
Dito de outro modo: até a data da eleição, a pupila de Lula teria de perder pelo menos 627 mil votos por dia.
“Se a gente olha os percentuais das pesquisas, fica desanimado. Quando o percentual vira número de votos, entende-se o por quê”, disse o tucano.
Os cálculos foram feitos com base no último Datafolha. Consideraram-se apens os votos válidos, sem os brancos e nulos e os indecisos.
Os 57% atribuídos a Dilma correspondem a cerca de 74 milhões de votos. Os 30% de Serra, 36 milhões. Por trás dos 12% de Marina Silva, estão 16 milhões de eleitores.
Outro tucano que falou ao repórter realçou o fato de que Serra, “com erros e acertos”, já fez “tudo o que podia na campanha”.
No início, posou de oposicinista light. Repisou na propaganda a tese segundo a qual tudo o que funciona sob Lula seria mantido numa gestão tucana.
Alvejava Dilma, mas preservava Lula. Chegou mesmo a levar a imagem do presidente à televisão. A estratégia revelou-se improdutiva.
A partir do noticiário sobre a violação do sigilo fiscal de tucanos, o marketing de Serra elevou o timbre da campanha. E nada.
Sobreveio o episódio do tráfico de influência que produziu a queda da ministra Erenice Guerra (Casa Civil). O tucano resumiu:
“O Serra de hoje está distante do Serra dos primeiros dias da campanha como a Lua da Terra. E as pesquisas mostram que os dois Serras foram mal recebidos”.
O cacique do DEM que se dispôs a falar ao blog revelou maior afeição pelo segundo Serra, o candidato de discurso mais agressivo. Porém...
Porém, mesmo líder ‘demo’ disse que, a essa altura, o par de escândalos alardeados por Serra não devem abalar o favoritismo de Dilma.
“O caso da Erenice, mais diretamente ligado a Dilma, é mais forte que o da Receita”, declarou. “Mas o eleitor não está interessado. Nada parece furar o escudo de Lula”.
A percepção foi corroborada por duas novas pesquisas divulgadas nesta sexta. Uma do Ibope e outra do Vox Populi. Em ambas, a mesma realidade: Dilma surfa sobre os escândalos.
Os entrevistados revelaram uma apreensão comum. Acham que, consolidada a perspectiva de vitória de Dilma, resta à oposição zelar por suas bancadas.
Parecem mais preocupados com a disputa pelas cadeiras da Câmara e do Senado do que pelo assento de presidente.
Escrito por Josias de Souza
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