quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

"O CORVO", ALIÁS "O GLOBO" PREVÊ FIM DA ENERGIA BARATA


"Nunca mais", "nunca mais", "nunca mais"… tal qual o pássaro de mau agouro do poema de Edgar Allan Poe, a publicação da família Marinho age como estraga-prazer. Dias depois de a presidente Dilma Rousseff sancionar a renovação das concessões de energia, que poderá reduzir as contas de luz em 20%, o Corvo, aliás o Globo, crava que tudo se perderá com o acionamento das térmicas. Como se não houvesse chuvas, como se não houvesse novas usinas… tudo sempre tem que dar errado
16 DE JANEIRO DE 2013 247 - Nada deve dar certo, nada pode dar certo e, portanto, nada vai dar certo. "Nunca mais", como no clássico poema O Corvo, de Edgar Allan Poe, traduzido por dois dos maiores escritores em língua portuguesa: Machado de Assis e Fernando Pessoa.
Na sua edição desta quarta-feira, o jornal "O Corvo", aliás "O Globo", crava que não haverá redução na conta de luz em 2013. A publicação, comandada por João Roberto Marinho, partiu do pressuposto de que as térmicas, que geram energia quando há escassez de energia hidrelétrica, ficarão acionadas o ano todo, encarecendo em 15% a energia. Ou seja: como se não houvesse chuvas (aliás, este deverá ser o janeiro mais chuvoso em vários anos) e como se novos projetos (como a primeira usina do Madeira) não estivessem entrando em operação.
De qualquer maneira, o discurso mudou. Até ontem, o jornal "O Corvo" vendia o apagão iminente. Hoje, como todos sabem que o Brasil dispõe de um seguro contra apagões, que são justamente as térmicas, o fracasso será na redução de conta de luz – e ainda que isso fosse verdade, a renovação das concessões ao menos serviria para evitar aumento de tarifas.
Como no poema de Edgar Allan Poe, o autor pergunta ao pássaro agourento. "Dize-me: existe acaso um bálsamo no mundo?" E o corvo disse: "Nunca mais".
O Corvo na tradução de Machado de Assis, AQUI

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