Por Fernando Brito
A partir desta noite, completa-se a mudança de tom da
campanha eleitoral.
Saem a pesquisa Datafolha – possivelmente com o candidato do
PT já em segundo lugar – e haverá o
bombardeio previsível da entrevista ao Jornal Nacional.
Até agora tratado como “um bom rapaz, cujo defeito é ser do
PT e de ter se deixado tutelar por Lula para ser seu poste”, Fernando Haddad
será, agora, “incompetente, corrupto, e conspirador contra a Justiça, por querer soltar Lula”.
A julgar pelo desempenho que teve na Globonews, a não ser
por algum trunfo guardado na manga, Haddad não corre grandes riscos.
É bom que se lembre, porém, que Lula citou “as mentiras da
Globo” duas vezes na carta em que o indicou candidato e se prepare para bater
no ponto sensível desta história: o espectador sabe que a emissora odeia Lula,
mas deve ser lembrado disso, para tornar rombuda a lança global.
Já a pesquisa vai acentuar o fogo por parte dos que disputam
com ele a vaga no segundo turno. Ignorá-lo poderia ser uma boa tática enquanto
seus percentuais eram inexpressivos, mas o desespero fará que despertem teses
eleitorais que, afinal, não passam de exercício de esperanças de quem se recusa
a ver a realidade.
Mesmo com o prejuízo real e objetivo de não poder comparecer
a debates, não há o menor sinal de que o eleitorado de Jair Bolsonaro vá se
esvaziar, como sugere hoje Merval Pereira, em O Globo, para migrar para Geraldo
Alckmin ou para Marina Silva.
O contrário, hoje, é o que se vê.


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