Por Fernando Brito
No ódio simplório que se implantou neste país, um argumento
parece bastar.
“Fora Dilma, Fora, Lula, Fora PT” foi bradado com um uma
“chave mágica” para qualquer coisa.
Crise econômica, preço do petróleo, corrupção na política,
vírus zika, preço do tomate, da cebola, da batata, 7 a 1 da Alemanha…E olha que
a ciclovia do Eduardo Paes só não entrou na conta porque caiu depois da votação
do impeachment.
Os milhões de dólares do Paulo Ruberto Costa, do Barusco, do
Yousseff já não vêm ao caso: sitio com pedalinho e apartamento no Guarujá
tomaram o lugar da saúva na cota de “os males do Brasil são”.
O maior período de prosperidade que este país já viveu, por
andar uns meses cambeta (até porque Dilma fez, afinal, o que o “mercado” pedia
dela), é solenemente atirado ao lixo, lá onde vão ficar cheios de moscas o
Bolsa Família , o Minha Casa Minha Vida, o pré-sal, o Pro-Uni…
Fernando Henrique assumiu anunciando, 50 anos depois, o fim
da “Era Vargas”. Agora, sem confessar, mas babujando de apetite, não gastam nem
um ano a tentar destruir a Era Lula. Pretendem, seguindo a máxima de Maquiavel
aos que ascendem ao principado pelo crime, ” determinar as ofensas que precisa
executar, e fazê-las todas de uma vez”.
Não tem, porém, condições políticas, porque só uma brutal
ditadura armada o teria e isso se vivêssemos ainda uma quadra mundial onde isso
fosse viável.
Lamento informar aos que acham defender a entrada de um
“governo técnico”, aos que acreditam que a Justiça funcionará plenamente e que
a serenidade voltará a imperar na vida brasileira que, infelizmente, isso é
impossível.
Não pode haver um governo ético que se instituiu sob o signo
da traição, da dissimulação, da associação com todo tipo de delinquente com
este objetivo.
Não pode haver justiça nem direito quando se julga nem com
orgasmos de tribuna nem com gélida fixação nazista.
E muito menos haverá administração honrada se esta se erige
sob a sobra de um ganster que se adonou da república e que tem, como é de seu
estilo e natureza, um caixote de granadas para ser o homem-bomba se tiverem a
veleidade de “deixarem um amigo na beira da estrada”.
A charge de Aroeira aí em cima é o que é o governo
brasileiro.
O resto serão seus estafetas.
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