quarta-feira, 25 de novembro de 2015

CENAS DA TEMPESTADE POLÍTICA

Ataque a Lula agita o plenário

Por Tereza Cruvinel
A votação da MP da venda dos terrenos da União seguia seu curso normal, indiferente à obstrução da oposição. Foi quando o deputado Rocha (PSDB-AC) tomou o microfone e começou um violento ataque ao ex-presidente Lula,  prevendo sucessivas vezes “a iminente prisão do chefe da quadrilha”,  “do maior corrupto do país” e daí para a frente. “Estamos arranhando a porta para prendê-lo”, disse em referência à prisão de José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente.

O deputado petista Paulo Pimenta (PT-RS), sentado na esquerda do plenário, voou até o microfone e começou a responder  ao ataque dizendo que o outro lavasse a boca antes de proferir ataques desta ordem ao ex-presidente.  Eduardo Cunha deu prosseguimento à votação e o microfone lhe foi tomado para que outros líderes  orientassem suas bancadas.  Mesmo com o som cortado Pimenta continuou sua peleja verbal contra um grupo de tucanos,  dizendo que se quiserem partir para a baixaria vai ser assim. MAIS

- Nós nunca falamos de Zuzinha em respeito a Mario Covas, disse ao tucano Bruno Cova. E  nunca dissemos que você, Nilson Leitão, saiu preso da prefeitura de Sinop pela Operação Navalha.  E contenham este policial que integrava o bando de Hidelbrando Paschoal  para que não volte a dizer imundícies contra Lula, esbraveja Pimenta referindo-se  ao deputado Rocha.

Hidelbrando Paschoal foi um  deputado acreano cassado em 1999 depois da descoberta de que chefiava um esquema criminoso e que mandava esquartejar vítimas de assassinato com uma motosserra.   A máfia que comandava foi desbaratada no governo do hoje senador petista Jorge Viana.  Paschoal  cumpre pena no Acre.

Assim seguia a discussão, quando entrou em cena a turma do deixa-disso.  A operação da Lava Jato que prendeu Bumlai e deixou claro que Lula é alvo,  apesar da “falta de indícios” reconhecida pelo juiz Sergio Moro, abateu profundamente o PT. Na bancada, apenas  Pimenta comprou a briga. Outros, mesmo indignados, não se animaram.

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