domingo, 13 de julho de 2014

VEJA ENTREGA O JOGO E MOSTRA QUEM É QUE POLITIZA O FUTEBOL

Por Eduardo Guimarães
Não tem a mínima importância o conteúdo da patética matéria de capa da edição da revista Veja que chegou às bancas em 12 de julho de 2014. Além de tal matéria não ser reportagem nem editorial, não se sustenta em nada além de torcida pura e simples dos donos da revista. Qual seja, torcida para que a oposição a Dilma Rousseff lucre eleitoralmente com as derrotas fragorosas da Seleção brasileira.
Não que isso não possa ocorrer; não se pode prever reações de massas em comoção, e as duas derrotas sucessivas da equipe do técnico Felipão provocaram, no mínimo, comoção no país inteiro.
Mas pode-se afirmar o que é racional e inquestionável: governante nenhum pode ser cobrado por uma derrota no futebol ou em qualquer outro esporte – presidentes da República, por exemplo, não nomeiam nem os técnicos nem quem os nomeia, e tampouco convocam ou treinam jogadores.
Chega a ser uma sandice ter que explicar isso. Nunca se responsabilizou um presidente da República pelos resultados da Seleção brasileira. Ganhando ou vencendo, nunca responsabilizaram Fernando Collor, nunca responsabilizaram Itamar Franco, nunca responsabilizaram Fernando Henrique Cardoso e, por incrível que pareça, nem mesmo responsabilizaram Lula.

Dilma, como qualquer presidente de qualquer país, apareceu em uma foto torcendo pela Seleção. Não há nada de demagógico nisso. Um presidente da República representa todos os brasileiros. Se ela não aparecesse torcendo pela Seleção em um evento desse porte em seu próprio país no mínimo seria acusada do oposto, de torcer contra. Nesse caso, a capa de Veja diria algo mais ou menos assim: “Será que ela torceu contra?”

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