Por Eduardo Guimarães
Não tem a mínima importância o conteúdo da patética matéria
de capa da edição da revista Veja que chegou às bancas em 12 de julho de 2014.
Além de tal matéria não ser reportagem nem editorial, não se sustenta em nada
além de torcida pura e simples dos donos da revista. Qual seja, torcida para
que a oposição a Dilma Rousseff lucre eleitoralmente com as derrotas fragorosas
da Seleção brasileira.
Não que isso não possa ocorrer; não se pode prever reações
de massas em comoção, e as duas derrotas sucessivas da equipe do técnico
Felipão provocaram, no mínimo, comoção no país inteiro.
Mas pode-se afirmar o que é racional e inquestionável:
governante nenhum pode ser cobrado por uma derrota no futebol ou em qualquer
outro esporte – presidentes da República, por exemplo, não nomeiam nem os
técnicos nem quem os nomeia, e tampouco convocam ou treinam jogadores.
Chega a ser uma sandice ter que explicar isso. Nunca se
responsabilizou um presidente da República pelos resultados da Seleção
brasileira. Ganhando ou vencendo, nunca responsabilizaram Fernando Collor,
nunca responsabilizaram Itamar Franco, nunca responsabilizaram Fernando
Henrique Cardoso e, por incrível que pareça, nem mesmo responsabilizaram Lula.
Dilma, como qualquer presidente de qualquer país, apareceu
em uma foto torcendo pela Seleção. Não há nada de demagógico nisso. Um
presidente da República representa todos os brasileiros. Se ela não aparecesse
torcendo pela Seleção em um evento desse porte em seu próprio país no mínimo
seria acusada do oposto, de torcer contra. Nesse caso, a capa de Veja diria
algo mais ou menos assim: “Será que ela torceu contra?”
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