Por Luis Nassif
Há muitas histórias a serem contadas sobre o Plano Real.
O sonho de todo economista financista é comandar um processo
de troca de moeda em um país. Ele passa a ter o poder de arbitrar as regras de
conversão da moeda velha para a nova. Dependendo da maneira como definir a
conversão, poderá criar fortunas do nada.
Foi assim nas Guerras Napoleônicas, com o financista John
Law que instituiu o papel-moeda na França, em lugar do padrão ouro. Tornou-se
um dos homens mais ricos do mundo, chegou a adquirir alguns estados
norte-americanos, antes da bolha explodir.
Foi assim no início da República, quando Rui Barbosa
comandou a mudança do padrão ouro para o papel moeda. Beneficiou um banqueiro
da época, o seu Daniel Dantas, o Conselheiro Mayrink, conferindo-lhe o
monopólio virtual da emissão da nova moeda.
Quando os negócios do banqueiro entraram em crise, Rui
acabou impondo tantas mudanças no plano original - para salvar seu parceiro e
sócio - que quebrou o país, no episódio conhecido como o Encilhamento.
No campo dos negócios, o Plano Real seguiu o padrão John Law
e Rui Barbosa - mas com a sofisticação permitida pelos novos tempos e novas
engenharias financeiras. Aliás, o melhor trabalho sobre o Encilhamento foi do
jovem economista Gustavo Franco, ainda nos anos 80. E sua grande interrogação
era como Ruy poderia ter montado todas suas operações privadas sem comprometer
o plano. A resposta: um Banco Central que impedisse a volatilidade do câmbio. CONTINUE LENDO
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