Choro dos craques vem do abismo entre os craques e o país, aberto pelo anti-Copa e pelo VTNC. É preciso fechá-lo
A conversa do dia é o
choro dos meninos da seleção.
Julio Cesar também chorou e todo mundo entendeu.
Neymar seria o primeiro a bater o pênalti. Preferiu ficar por último. Vencemos, apesar
de tudo. Mas não sabemos até onde vamos caminhar. Que importância tem isso?
Nada, quem sabe.
Hoje, tudo.
Eu tinha 5 anos
quando o Brasil ganhou a primeira Copa. Estava no terraço – na época não se
dizia varanda – do apartamento onde morava, ali na rua Cincinato Braga, no
bairro paulistano do Paraíso. Lembro do barulho do alto falante de um caminhão
que passava pela rua, no volume máximo,
antes de desaparecer no paralelepípedo:
--A Copa do mundo é nossa
Com o brasileiro não há quem possa...
Eeeeeeta esquadrão de ouro
É bom no samba, é bom, no couro
Nem meus pais nem
meus irmãos conheciam a música da seleção. Quem cantava era
Lola, a babá, uma quase
adolescente levada para trabalhar em nossa casa por Alaíde, a irmã mais velha,
mais durona. Lola, que era muito mais bonita, sambava e cantarolava no terraço
– quando os patrões estavam longe – com sua voz suave, o sorriso sempre nos
lábios, os cabelos grandes e crespos, de um jeito que só ficaria na moda dez
anos depois.
Fui bicampeão quando estava de cama, em 1962.
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