quarta-feira, 2 de julho de 2014

CINQUENTA HISTÓRIAS DE FUTEBOL E DITADURA

48. Militar vetou mensagens políticas na camisa do Corinthians

Daniel Cassol e Leandro Stein

O futebol não está isolado do restante da sociedade. Como parte dela, reflete as mesmas contradições, interesses e tensionamentos. Influencia e é influenciado. Usa e é usado. Joga e deixa jogar. Na noite que durou 21 anos, a bola não deixou de rolar no Brasil. O futebol se modernizou, fomos tricampeões mundiais, grandes estádios foram construídos, o campeonato nacional nasceu. Por outro lado, vozes aqui e ali tentaram dizer que alguma coisa não ia bem. Como em outros campos da sociedade, o futebol brasileiro durante a ditadura militar foi espaço de conivência e atrito, submissão e tensionamento, propaganda e resistência.
A 50 anos do golpe de 1964, selecionamos 50 histórias que refletem esta relação entre o futebol e a ditadura militar no Brasil. Não são todas as histórias do período, mas uma boa síntese: dos usos do futebol pela ditadura, das tensões entre personagens e o regime, dos espaços de resistência e das vezes em que futebol e ditadura apenas se cruzaram no caminho. A pesquisa é resultado de um trabalho conjunto entre Trivela e Impedimento, e encerra os especiais dos sites sobre o tema.

1. Para se tornar popular, o presidente se juntou à maior torcida
 Médici foi um presidente imposto goela abaixo dos brasileiros. Mas não era a imagem de ditador que o regime queria passar à população. Por isso mesmo, se aproveitou da paixão do general pelo futebol para criar essa aproximação. Antes de entrar para a escola militar, o gaúcho foi jogador do Grêmio de Bagé. Torcedor do Grêmio, Médici também passou a dizer que apoiava o Flamengo, uma atitude vista como populista, para ganhar a afeição da maior torcida do país. Não à toa, era quase sempre visto nos estádios. (Leia mais)
32. Fonte Nova, uma tragédia ocultada
Inaugurada em 1951, a Fonte Nova foi ampliada com a construção de um anel superior, sendo reinaugurada em 4 de março de 1971. Mais de 100 mil pessoas teriam comparecido ao estádio para assistir a Bahia x Flamengo e Vitória x Grêmio. No segundo tempo da partida de fundo, um refletor estourou e um pânico correu imediatamente pelas arquibancadas. Com medo de que o estádio viesse abaixo, pessoas chegaram a se jogar das arquibancadas e a invadir o campo. Oficialmente, fala-se em 2.086 feridos e dois mortos. No entanto, vivia-se o auge do regime militar e a construção de estádios era uma de suas armas. O trabalho da imprensa foi restringido, muitos atendimentos hospitalares não foram registrados e até hoje não se sabe ao certo o número exato de mortos e feridos. (Leia mais)


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