(Geraldo Brindeiro, o engavetador, ops, procurador-geral da
era FHC)
Por Cynara Menezes
O que é mais vergonhoso para um presidente da República? Ter
as ações de seu governo investigadas e os responsáveis, punidos, ou varrer tudo
para debaixo do tapete? Eis a diferença entre Fernando Henrique Cardoso e Luiz
Inácio Lula da Silva: durante o governo do primeiro, nenhuma denúncia –e foram
muitas– foi investigada; ninguém foi punido. O segundo está tendo que cortar
agora na própria carne por seus erros e de seu governo simplesmente porque deu
autonomia aos órgãos de investigação, como a Polícia Federal e o Ministério
Público. O que é mais republicano? Descobrir malfeitos ou encobri-los?
FHC, durante os oito anos de mandato, foi beneficiado, sim,
ao contrário de Lula, pelo olhar condescendente dos órgãos públicos
investigadores. Seu procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era
conhecido pela alcunha vexaminosa de “engavetador-geral da República”. O caso
mais gritante de corrupção do governo FHC, em tudo similar ao “mensalão”, a
compra de votos para a emenda da reeleição, nunca chegou ao Supremo Tribunal
Federal nem seus responsáveis foram punidos porque o procurador-geral
simplesmente arquivou o caso. Arquivou! Um escândalo.
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