domingo, 6 de outubro de 2013

DILMA, CAMPOS E MATINA, O JOGO SEM A POLARIZAÇÃO DO PASSADO

Luis Nassif

 Ao pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a aplicação da pena máxima ao núcleo político do mensalão, em seu artigo deste domingo para o Estadão (http://glurl.co/c3A), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso exercita a máxima de que a política é a arte da hipocrisia. Um dos pactos tácitos da transição para o governo Lula foi o não levantamento de problemas ocorridos no governo FHC. E, do lado do PT, o negociador foi José Dirceu.

Os últimos dias casaram decisões fundamentais para o desenho das eleições de 2014, e a celebração dos direitos na Constituição cidadã. Em seu artigo,  FHC limitou-se a criticar o apego do STF ao formalismo das leis e exigir a punição.

Mas é o de menos. O importante é a leitura política do artigo.

Ontem, após o anúncio do pacto Eduardo Campos-Marina Silva, pareciam claros os caminhos que ele e Aécio Neves irão seguir daqui por diante:

1. Campos reforçará o discurso de “melhorar o que já existe”.

2. Se não conseguir desenvolver um discurso alternativo, o PSDB ficará cada vez mais prisioneiro do bordão único do “antipetismo”.

O artigo de FHC não deixa dúvidas quanto a isso: não conseguirá.

Esse impasse programático me fez lembrar dois analistas.

Um, o ex-presidente José Sarney, talvez o político de maior “feeling” da República que, em 2009, concedeu-me entrevista analisando os novos tempos de organizações sociais e de Internet, da crise da política convencional e dos partidos, dos paralelos entre Getúlio e Lula. Sobre 2010, foi taxativo: o PSDB acabou, não conseguirá se preparar para os novos tempos; a oposição nascerá do seio das forças que apoiam o governo Lula.


O segundo, o trabalho de André Singer sobre o lulismo, logo após a mudança de governo. Ele compara com os Estados Unidos pós-Roosevelt. Em alguns momentos da história, diz ele, alguns líderes trazem um discurso tão forte que mudam a agenda política. Até partidos de oposição, se quiserem conquistar o poder, terão que se pautar pela nova agenda. CONTINUE LENDO

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