Tomando por
base o embate de 1947, o primeiro pós redemocratização e da nova
constituição, chama atenção o expressivo
número de líderes políticos que mesmo não tendo nascidos nesta cidade assumiram
a chefia do poder executivo por decisão soberana do eleitor.
No momento em
que todos os feirenses, “nato e de coração”, - usando aqui uma expressão do
ex-prefeito João Durval, comemora mais um “Dia da Cidade” vale a pena uma
nostálgica viagem no tempo sobre o assunto.
Nas primeiras
disputas foram eleitos os filhos da terra – Aguinaldo Soares Boaventura (1947),
Almáchio Alves Boaventura (1950), João Marinho Falcão (1954), Arnold Ferreira
da Silva (1958), Francisco José Pinto dos Santos (1962), João Durval Carneiro
(1966) e Newton da Costa Falcão (1970). Vale lembrar que com o afastamento de
Francisco Pinto em 1964 pelo golpe militar, foi nomeado prefeito o feirense
Joselito Amorim.
Se naquele
tempo Feira de Santana já era a maior cidade do Estado depois da Capital, a
verdade que na década de 50 a sua população somava apenas 107.205 habitantes,
com a grande maioria – 72.928, morando na zona rural.
Só 20 anos
depois, na década de 70 o número de habitantes atingiu 190.076. A população da
cidade subiu para 134.263 enquanto que a
zona rural baixou para 55.313. O município passou a ter duas zonas eleitorais –
uma para os distritos, aumentou
consequentemente o número de juízes cuidando das eleições e a sessões eleitorais
antes concentradas no centro, começaram a ser instaladas também nos bairros.
Ainda sobre os
prefeitos citados acima, todos nascidos na cidade, duas observações se fazem
necessárias. Por força da legislação eleitoral da época, mesmo eleitos pelo sufrágio
popular, Aguinaldo Boaventura (1948)
governou menos de 3 anos e Newton Falcão, exatos 2 anos.
Com o advento
dos prefeitos não nascidos em Feira de Santana, que começa com a vitória de
José Falcão da Silva em 1972, a chamada Princesa do Sertão passa a viver um
novo tempo com o progresso e desenvolvimento ganhando maior dimensão. A
renovação dos seus mandatos é o testemunho maior do quanto foram aprovados pela
população..
Nascido na zona
rural do vizinho São Gonçalo dos Campos, José Falcão foi eleito prefeito pela primeira
vez em 1972, a segunda em 1982, e a terceira vez na disputa de 1996. Faleceu em
agosto de 1997 no exercício do terceiro mandato, concluído por Clailton
Mascarenhas
Natural de
Macajuba, Colbert Martins da Silva foi eleito pela primeira vez em 1976,
substituindo José Falcão e a segunda vez em 1989, novamente substituindo José
Falcão. Chama a atenção o fato dos dois políticos, feirenses apenas “de coração”, terem se reversado no comando
da cidade ao longo de 20 anos, incluindo os oito meses que José Raimundo chefiou o executivo, por renúncia de Colbert.
Prefeito pela primeira no pleito de 1966 e tendo em 1982
sido eleito governador da Bahia, nas eleições de 1992, o feirense João Durval conquistou
seu segundo mandato. Ao partir para outras batalhas e por obediência a legislação
eleitoral, comandou apenas 15 meses do quatriênio. Para comandar os 33 meses
restantes, a câmara empossou José Raimundo, outro feirense apenas “de coração”.
Quatro anos depois, na última
eleição do milênio, em 2000, o eleitorado feirense entrega o comando do
município a outro feirense apenas “de coração”, José Ronaldo de Carvalho,
nascido na cidade de Paripiranga. Na disputa seguinte, em 2004, Ronaldo
conquista seu segundo mandato.
Sem poder pleitear mais um
quatriênio por força na legislação eleitoral,
na refrega político de 2008, o chamado “feirense nato” volta ao poder com a vitória de Tarcizio
Pimenta Júnior.
Por último, José Ronaldo inicia nova série de dois mandatos, o primeiro nas eleições de 2012 e segunda em 2016.
A exemplo do que já havia acontecido com João Durval, José Ronaldo renuncia com
o mesmo objetivo 16 meses depois de assumir. É substituído pelo atual prefeito
o feirense nato Colbert Martins Filho, cujo pai, como já citado, formava no
grupo dos feirenses “de coração”
(Texto publicado na edição especial da Folha do Estado, no Dia da Cidade)
(Texto publicado na edição especial da Folha do Estado, no Dia da Cidade)


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