Por Fernando Brito
Imagine-se com 73 anos, preso há um ano e meio dentro de uma
sala miúda, da qual só saiu para ver sepultar-se o corpo de um neto de 7 anos.
Eu, você, qualquer um faria – e tinha o direito de fazer –
qualquer coisa para sair dali, ver as pessoas, olhar o céu que fosse, ver os
filhos, os netos, os amigos.
Mas há um homem que não é qualquer um, que tem acima de sua
condição humana, tão frágil e falha quanto a de qualquer um de nós, a
consciência de que já não pertence a ele, mas ao povo brasileiro.
Vindo das entranhas da pobreza, é mais nobre de que nossos
barões políticos e econômicos, que tudo aceitam e tudo vendem, até o seu país,
para gozar e fruir do que milhões de brasileiros nem mesmo podem sonhar.
Eles não têm um grão, uma molécula, um átomo da dignidade de
Luís Inácio Lula da Silva, que atira a luva de sua grandeza à cara de um bando
de aspirantes a carrasco, a oportunistas que se oferecem aos poderosos para
destruir o que o povo brasileiro tantos anos desejou ter de novo: um líder, um
retrato onde encarnasse seus desejos e aspirações.
Como a Getúlio, seu nome é uma bandeira de luta.
O que Lula diz é simples e claro: prenderam-me com mentiras,
soltem-me com a verdade, não com uma farsa.
De outra forma, e vai ecoar por toda parte, terão de me
“soltar à força”.
O que bacharéis sádicos de Curitiba não têm como compreender
é que a Lula não podem abrir a jaula onde o encarceraram pretendendo
colocar-lhe uma coleira.
Lula desmontou com seu sacrifício a jogada de esperteza de
gente sórdida.
É um leão e não serão ratos que o destruirão.
Leia a íntegra da carta do ex-presidente, lida há pouco por
seus advogados.
Não troco minha dignidade pela minha Liberdade.
Tudo que os procuradores da Lava Jato realmente deveriam
fazer é pedir desculpas ao Povo Brasileiro, aos milhões de desempregados e à
minha família, pelo mal que fizeram à Democracia, à Justiça e ao país.
Quero que saibam que não aceito barganhar meus direitos e
minha Liberdade.
Já demonstrei que são falsas as acusações que me fizeram.
São eles e não eu que estão presos as mentiras que contaram ao Brasil e ao
Mundo.
Diante das arbitrariedades cometidas pelos Procuradores e
por Sergio Moro, cabe agora a Suprema Corte corrigir o que está errado, para
que haja justiça independente e imparcial. Como é devido a todo cidadão.
Tenho plena consciência das decisões que tomei neste
processo e não descansarei enquanto a verdade e a Justiça não voltarem a
prevalecer.
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