Por Fernando Brito
A classe dominante brasileira, que sempre foi egoísta,
irracional, insensível, escravocrata e mais uma dúzia e meia de adjetivos que
qualificam a sua incapacidade de reconhecer seu povo como seres humanos ganhou,
nos últimos tempos, um outro, o de cafajeste.
Vá lá que Jair Bolsonaro, reconhecidamente um pitecantropo
em matéria de convívio social – aliás cm confissões explícitas como a de
“levantar a borduna” deixa isso claro – mas o Ministro da Economia, Paulo
Guedes, voltar à baixaria presidencial dizendo que “a mulher do Macron é feia
mesmo”, para gargalhadas de uma plateia de empresários é de uma imundície muito
mais grave, porque ele, ao contrário de Bolsonaro sabe perfeitamente o que está
fazendo.
Não que eu esteja fazendo o gênero de “politicamente correto”,
até porque acho que a resposta a este tipo de coisa é daquelas que a senadora
Kátia Abreu deu a José Serra quando lhe atirou o vinho de uma taça à cara,
porque a vergonha é o melhor corretivo aos cafajestes, mas pedir desculpas
depois e dizer que “não havia intenção de ofender” só ressalta a covardia de
quem age assim.
O mais triste, porém, é que Guedes é o retrato da
“avacalhação” dos homens do dinheiro no Brasil, uma espécie de ralé rica,
incapaz de liderar qualquer processo de alavancagem de nossa economia.
É por isso que lhes cai tão bem este governo de botequim.
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