Por Fernando Brito
A coluna Radar, da Veja, diz que Jair Bolsonaro está
decidido a fazer com que Lula seja retirado da sede da Polícia Federal em
Curitiba e transferido para um quartel do Exército.
O motivo, segundo a revista, seria o de reduzir as visitas
ao ex-presidente.
É preciso dar o devido reconhecimento à frase do
conservadoríssimo Reinaldo Azevedo: Bolsonaro erra quando fala e acerta quando
recua.
Na sua proposta, produzida apenas pelo ódio marqueteiro no
qual pretende se sustentar, o ex-capitão erra diversas vezes.
Primeiro, não existe previsão legal para executar pena de
civil em quartel militar, a menos que este tenha sido condenado por crime
militar, o que não é o caso.
Segundo, não é o Executivo, mas o Judiciário, quem determina
local de cumprimento de pena.
Também o o juiz quem autoriza as visitas e não um oficial do
Exército.
Terceiro, que vai jogar uma imensa “batata-quente” nas mãos
do Exército, que já vive sob suspeitas de usurpação do poder civil e não
precisa de mais essa.
Já imaginaram o quartel e seus sentinelas servindo de fundo
para as fotos de um acampamento “Lula Livre”?
Depois, imagine a repercussão internacional simbólica de um
ex-presidente com a projeção global de Lula ser mantido preso em um quartel vai
ser “maravilhosa”, não é? Genial!
Ou será que Bolsonaro acha que oficiais superiores do
Exército vão se prestar ao papel (e ao risco) de impor maus-tratos ou
restrições descabidas a Lula? Deve estar tirando a oficialidade por ele mesmo,
quem sabe?
O ódio de Jair Bolsonaro é uma doença que sai assim, em
espasmos, prejudicando sua já reduzida capacidade de pensamento, que passou a
se restringir ao “prendo e arrebento”.
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