Por Adilson Simas
Lido no programa "Primeira Página" - Rádio Povo
Na quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Universal, abrangente, calorosa assim é a festa de Natal, que envolve a
todos. Uma das mais coloridas celebrações da humanidade, é a maior festa da
cristandade, da civilização surgida do cristianismo no Ocidente. Época em que
toda a fantasia é permitida. Não há quem consiga ignorar a data por mais que
conteste a importação norte-americana nos simbolismos: neve, Papai Noel vestido
com roupa de lã, botas, castanhas, etc.
Até
os antinatalinos acabam em concessões, um presentinho aqui, outro acolá. Uma
estrelinha de Belém na porta de casa, uma luzinha, um mimo para marcar a
celebração da vida, que é o autêntico sentido da festa. Independente do
consumismo, tão marcante, o Natal mantém símbolos sagrados do dom, do mistério
e da gratuidade.
Na
origem, as comemorações festivas do ciclo natalino vêm da distante Idade Média,
quando a Igreja Católica introduziu o Natal em substituição a uma festa mais
antiga do Império Romano, a festa do deus Mitra, que anunciava a volta do Sol
em pleno inverno do Hemisfério Norte, no último século antes de Cristo.
A data conhecida pelos primeiros cristãos foi fixada pelo Papa Júlio 1º para o nascimento de Jesus Cristo como uma forma de atrair o interesse da população. Pouco a pouco o sentido cristão modelou e reinterpretou o Natal na forma e intenção.
Conta
a Bíblia que um anjo anunciou para Maria que ela daria a luz a Jesus, o filho
de Deus. Na véspera do nascimento, o casal viajou de Nazaré para Belém,
chegando na noite de Natal. Como não encontraram lugar para dormir, eles
tiveram de ficar no estábulo de uma estalagem. E ali mesmo, entre bois e
cabras, Jesus nasceu, sendo enrolado com panos e deitado em uma manjedoura.
Pastores
que estavam próximos com seus rebanhos foram avisados por um anjo e visitaram o
bebê. Três reis magos que viajavam há dias seguindo a estrela guia igualmente
encontraram o lugar e ofereceram presentes ao menino: ouro, mirra e incenso. No
retorno, espalharam a notícia de que havia nascido o filho de Deus.
Desde
a sua origem, o Natal é carregado de magia. Gritos, cantigas, forma rudimentar
do culto, um rito de cunho teatral, o drama litúrgico ou religioso medieval
ganha modificações no decorrer dos séculos.
Dos
templos, a teatralização ganha praças, largos, ruas e vielas, carros
ambulantes, autos sacramentais e natalinos.
Na
evolução da história está a compreensão de todos os símbolos de Natal que são
os seguintes: árvore, presentes, velas, estrelas, cartões, comidas típicas e o
presépio.
A
Árvore - Representa a vida renovada,
o nascimento de Jesus. O pinheiro foi escolhido por suas folhas sempre verdes,
cheias de vida. Essa tradição surgiu na Alemanha, no século 16. As famílias
germânicas enfeitavam suas árvores com papel colorido, frutas e doces. Somente
no século 19, com a vinda dos imigrantes à América, é que o costume espalhou-se
pelo mundo.
Os
Presentes - Simbolizam as ofertas dos
três reis magos. É um hábito anterior ao nascimento de Cristo. O Ano Novo
romano tinha distribuição de mimos para crianças pobres.
As
Velas - Representam a boa vontade. No
passado europeu, apareciam nas janelas, indicando que os moradores estavam
receptivos.
A
Estrela - No topo do pinheiro,
representa a esperança dos reis-magos em encontrar o filho de Deus. Foi estrela
guia que os orientou até o estábulo onde nasceu Jesus.
Os
cartões - Surgiram na Inglaterra em
1843, criados em forma de cartas rápidas
para felicitar conjuntamente os familiares.
As
Comidas típicas - O simbolismo que o
alimento tem na mesa vem das sociedades antigas que passavam fome e encontravam
na carne, o mais importante prato, uma forma de reverenciar a Deus.
Por
fim o Presépio que reproduz o nascimento
de Jesus. O primeiro a armar um presépio foi São Francisco do Assis, em 1223. Conta
a lenda que São Francisco de Assis, querendo comemorar de maneira condigna o
nascimento de Jesus, entendeu de fazer uma representação do maior acontecimento
da Cristandade.
Obteve
licença do Papa e fez transportar para uma gruta um boi, um jumento e uma
manjedoura, colocando o menino Jesus sobre a palha, ladeado pelas imagens de
Nossa Senhora e São José.
Dentro
da gruta São Francisco celebrou uma missa, assistida por um grande número de
frades e camponesas das redondezas. Durante o sermão, pronunciou as palavras do
Evangelho:
"colocou-o num presépio, apareceu-lhe nos
braços um menino todo iluminado", e a partir daí, a representação dos
presépios tornou-se comum e espalhou-se por todo o mundo.
Segundo
registros históricos, em 1391 as ordens
religiosas, principalmente freiras de Portugal deram maior dimensão ao presépio
e que no Brasil, mais precisamente em Pernambuco ele surgiu por volta do século
VI no Convento Franciscano em Olinda.
Segundo
alguns historiadores, "com o passar dos anos, o presépio, que era
representação estática do nascimento de Jesus Cristo, até os fins do século
VIII, começou a ter a sua forma animada pelas pastorinhas.”.
O
pastoril significa "cantos, louvações, loas, entoadas diante do presépio
na noite do Natal, aguardando-se a missa da meia-noite, seguindo-se ofertas,
louvores, pedidos de bênção
O
ciclo natalino inicia-se na véspera do Natal, 24 de dezembro, e vai até o Dia
de Reis, em 6 de janeiro. Segundo o poeta, para acompanhar esse período, é
preciso manter a ingenuidade de uma criancinha, a esperança de um amanhecer
ensolarado, a ternura de um botão de rosas e a leveza de uma linda borboleta no
ar.
Termino com a mesma pergunta-resposta do meu tempo de criança: Como se chama o homem que se encarrega de construir o Presépio de
Natal?
Armando Nascimento de Jesus...
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