segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A CÂMARA E AS CONDECORAÇÕES


Por Adilson Simas
           
Até os anos 70, a câmara dispunha apenas do titulo de “Cidadão Feirense” com o qual distinguia pessoas com grandes serviços prestados a cidade, mas que aqui não nasceram.

O primeiro titulo foi concedido a Padre Mário Pessoa Bahiense da Silva e o autor da resolução foi o vereador Antônio Pinto, irmão de Chico Pinto durante a IV Legislatura (1959/1962)
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Padre Mário nasceu em Salvador, mas grande parte de sua vida foi dedicada a esta cidade. Homem santo, entre outras marcas, além de dar continuidade ao Asilo de Lourdes idealizado por Padre Ovídio, foi  o criador do Dispensário de Santana.

Em 1979, na IX legislatura, a câmara instituiu a “Comenda Maria Quitéria”. para distinguir personalidades com comprovadas ações em favor da cidade nos mais diversos setores. Além dos feirenses, também são laureados os não feirenses. Tipo aquela história: a personalidade ainda não pode ter o titulo de Cidadão Feirense, mas já faz jus a Comenda Maria Quitéria.

O autor foi o vereador Antônio Carlos Coelho e o escolhido para receber a  primeira comenda foi o radialista Edival Souza, que dispensa comentários. 

Em tempos idos, sessão especial da câmara para a entrega do titulo de “Cidadão Feirense” ou a “Comenda Maria Quitéria”, só acontecia de “caju em caju”, dada à rigidez que marcava a votação e aprovação das honrarias.

Aquele acontecimento  mexia com toda a cidade. Povo, autoridades e os próprios vereadores disputavam espaço, sem falar que a  filarmônica escalada para executar o Hino a Feira e seus belos dobrados inaugurava farda nova.

O evento, raro em tempo distante, passou a ser realizado quase que o ano inteiro, transformado em ato rotineiro da Casa, e muitas vezes quase sem a presença dos próprios vereadores.

Exceto em casos especiais, muitas dessas sessões são realizadas apenas com a presença do presidente da casa, isso quando aparece, do vereador autor da proposta que termina comando o ato e o homenageado com seus convidados.

Acreditamos, até aqui, que os escolhidos fizeram por merecer a honraria. Por outro lado, não podemos esconder que nos dias atuais já não existe a mesma rigidez do passado na hora da indicação.

Tanto assim que já há algum tempo a câmara concede o titulo de Cidadão Feirense a todo militar que desembarga nesta cidade, seja para dirigir o Batalhão de Policia, seja para comandar o 35º BI, alguns deixando a cidade às vezes com menos de dois anos de sua chegada.
           
Mesmo com o título de “Cidadão Feirense” e a “Comenda Maria Quitéria”  não  mais motivando sessões com o mesmo brilho de outrora, a Câmara   continua criando outras condecorações que de tão abrangentes terminam diminuindo mais ainda  o objetivo da Comenda Maria Quitéria, destinada às  pessoas com serviços nas mais diversas áreas.
           
Eis outras honrarias e suas respectivas denominações, também concedidas pelos vereadores: Áureo Filho (pessoas  com atuação na área educacional). Filinto Bastos (no poder judiciário), Padre Ovídio (na igreja católica), Godofredo Filho (nas artes e letras), Colbert Martins (ligadas a maçonaria), Gastão Guimarães (médicos e profissionais ligados a saúde), Tertuliano Santos (ligadas às músicas e composições) Armando Menezes (servidores municipais dos dois poderes), Anápio Miranda (engenheiros e arquitetos) Enook Oliveira (ligadas às ciências contábeis),  Missionário Roderick  (igrejas evangélicas), Dival Machado  (vereadores no seu dia) Arnold Silva ( profissionais e órgãos de comunicação pela cobertura aos trabalhos da Casa) entre as honrarias também o Mérito Rotário, Zumbí dos Palmares, Certificado Verde e Certificado de Excelência e outras denominações

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