segunda-feira, 11 de junho de 2018

LULA ESTÁ VIVO; POR ISSO NÃO TEM HERDEIROS


Por Fernando Brito
A longa e comovente carta (íntegra ao final) que Lula enviou de sua cela em Curitiba para os milhares de simpatizantes que foram ao lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República tem um sentido que só os tolos não perceberão: a condição de virtual vencedor de eleições presidencial faz com que ele só esteja disposto a conferir legitimidade, além de si próprio, a quem se disponha a ser governante sob sua liderança.

Liderança que não se trata, antes que se ache – e logo o acharão os “punhos de renda” sempre atentos a formalismos e a compreender autoridade como algo pessoal e não político – de uma projeção autoritária.

Lula não apenas invoca a memória popular de seu período, mas indica claramente os caminhos que deve seguir um Governo legítimo, que mereça o seu apoio e não prescinda de sua liderança política.

Que existe e está viva como nunca e, por isso, não pode ter herdeiros, mas intérpretes.

Está evidente que são estas as condições para que – e só depois de (e se) invibiabilizada sua própria candidatura ele põe como penhor de seu apoio. Sua libertação não é “ponto programático”, mas a inevitável consequência de uma vitória eleitoral sob sua égide. Nada mais que o julgamento supremo, aquele expresso no mandamento constitucional de que todo poder emana do povo (e não do Moro) e em seu nome será exercido.


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