Por Fernando Brito
A longa e comovente carta (íntegra ao final) que Lula enviou
de sua cela em Curitiba para os milhares de simpatizantes que foram ao
lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República tem um sentido que
só os tolos não perceberão: a condição de virtual vencedor de eleições
presidencial faz com que ele só esteja disposto a conferir legitimidade, além
de si próprio, a quem se disponha a ser governante sob sua liderança.
Liderança que não se trata, antes que se ache – e logo o
acharão os “punhos de renda” sempre atentos a formalismos e a compreender
autoridade como algo pessoal e não político – de uma projeção autoritária.
Lula não apenas invoca a memória popular de seu período, mas
indica claramente os caminhos que deve seguir um Governo legítimo, que mereça o
seu apoio e não prescinda de sua liderança política.
Que existe e está viva como nunca e, por isso, não pode ter
herdeiros, mas intérpretes.
Está evidente que são estas as condições para que – e só
depois de (e se) invibiabilizada sua própria candidatura ele põe como penhor de
seu apoio. Sua libertação não é “ponto programático”, mas a inevitável
consequência de uma vitória eleitoral sob sua égide. Nada mais que o julgamento
supremo, aquele expresso no mandamento constitucional de que todo poder emana
do povo (e não do Moro) e em seu nome será exercido.
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