Da crônica de Antônio do
Lajedinho
- Muitas pessoas ficam admiradas
quando conto que a mulher que me deu aquelas palmadinhas após o nascimento, a
parteira, era uma velha analfabeta, sem qualquer noção de higiene.
Foi assim comigo, em 1925, e
continuou assim na década de 30 para as pessoas que não tinham recursos para
pagar a um médico.
O interessante das parteiras mais
antigas era o material usado para o parto: um pedaço de pano velho, mais um
pedaço de cordão usado e uma tesoura sem qualquer desinfecção, e muitas folhas.
Logicamente com o uso de tais
materiais dava-se, na maioria das vezes, o “mal de sete dias” (hoje sabemos que
era o tétano).
Muitas daquelas parteiras eram
também “rezadeiras”, principalmente as descendentes de escravos. Sempre rezavam
contra o “mau olhado”, torcicolo e dores de um modo geral, inclusive dor de
dentes.
Conheci uma dessas “rezadeiras”.
Chamava-se Maria, mãe de Lió e avó de Clodiltes. Só a neta havia nascido de
“ventre livre”.
Moravam em um casebre na Rua
Manoel Vitorino e a velha havia sido escrava da família de D. Deodora, mãe de
Julieta e avó de Dival, Valdir, Dete e Diva Pitombo.
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