Inesquecíveis as serestas dos anos 70. Recordo as realizadas nos salões da
Filarmônica Vitória às sextas e aos sábados. Às 20 horas, mesas ocupadas, os
casais exibindo uma rosa vermelha que Edson Baptista oferecia na entrada, o
"regional" (era assim que se dizia) onde se destacava "Bebé
Coleira" com seu saxofone, tocava o prefixo anunciando mais uma noite de
muita música e nostalgia.
Milton Brito (foto), violão afinado, fazia a saudação e em
seguida era aplaudido interpretando "Modinha" de Sérgio Bittencourt:
-"Olho a rosa na janela, Sonho um sonho pequenino: Se
eu pudesse ser menino, Eu roubava essa rosa E ofertava, todo prosa, À primeira
namorada e nesse pouco ou quase nada Eu dizia o meu amor, O meu amor..."
Na sequência começava o show dos “Antonio’s” da Feira: Antônio
(Tuita) Caribé, Anônio (Alfaiate) Batista e Antônio (Donga) Carvalho
seguidos por tantos outros seresteiros.
Dida, Missinho e Walter exibiam o melhor do Trio Irakitan e Geraldo Borges
(foto) aparecia com um repertório que causava arrepios;
Quando o dia começava clarear Titã (da Prefeitura) Soledade
"adentrava" (era assim que se dizia) no salão. Face cansada atestando
mais uma longa maratona noturna, voz dolente, pegava o microfone e fazia a
plateia viajar no tempo ao lembrar "A camisola do dia" de Erivelto Martins:
- Amor, eu me lembro ainda, era linda, muito linda; Um céu
azul de organdi; A camisola do dia, Tão transparente e macia, Que eu dei de
presente a ti; Tinha rendas de Sevilha, A pequena maravilha, Que o teu corpinho
abrigava. E eu era o dono de tudo, Do divino conteúdo, Que a camisola
ocultava...
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