quarta-feira, 26 de outubro de 2016

QUANDO AUTORIDADES AGEM COMO MOLEQUES, COMO MOLEQUES SERÃO TRATADAS. POR EUGÊNIO ARAGÃO

Por Fernando Brito

Do blog de Marcelo Auler, indispensável para quem ainda tenha um mínimo de equilíbrio mental e não trate investigação e julgamento algo semelhante a um carnaval, retiro o artigo do procurador, professor da UNB e ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão:

A liturgia do cargo público não é mero exercício de vaidade e de ego. Ela é um marco do republicanismo, que determina ser o exercício de função pública uma atividade impessoal. Quem está investido nela não deve a enxergar como um galardão adquirido em razão de qualidades pessoais, mas precisamente porque foi chamado a servir ao público. A liturgia lhe serve de proteção, para qualificar a função e não a si.

Juízes, por exemplo, lidam diariamente com conflitos. Ao decidirem sobre uma causa, tornam um dos litigantes vencedor e outro perdedor. Aquilo que pode significar, para o magistrado, apenas um número em sua estatística de produção mensal, na alma do perdedor pode ser uma catástrofe pessoal. O que o leva a não ir às vias de fato com aquele que vê como seu malfeitor? É a aura da liturgia que inspira o respeito necessário a criar uma barreira de blindagem relativa.


Quando, porém, autoridades se comportam como moleques, como moleques serão tratadas. Se adotarem discurso e comportamento de botequim, não poderão se queixar quando começarem a voar garrafas e sopapos.

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