segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O QUE SE VÊ QUANDO A POEIRA COMEÇA A BAIXAR

Por Fernando Brito

Terminada a apuração,  esfriada a decepção, é hora de pensar mais friamente no resultado das urnas, o que não é necessariamente o retrato da situação política.

Primeiro, porque as forças políticas se movem, hoje, pela judicialização e, pior, pela criminalização da política e não acho nada improvável que, sentindo-se “eleita”, a Lava Jato dê novos passos nos próximos dias. Afinal, o próprio Sérgio Moro não se cansa de destacar que o apoio da opinião pública (a opinião que se publica) é peça essencial de sua tosca construção jurídica, o impe´rio da “cognição sumária”.

Segundo, porque com o fim das eleições se inicia o processo de cassação dos direitos sociais do povo brasileiro, que será evidente, perverso e esclarecedor, para muita gente.


Finalmente, porque foi uma eleição municipal – ainda que debaixo deste clima de terror – e é temerário (com o perdão da palavra) tentar fazer leituras essencialmente nacionais, exceto – e olhe lá – nos maiores centros.

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