Por Fernando Brito
Terminada a apuração,
esfriada a decepção, é hora de pensar mais friamente no resultado das
urnas, o que não é necessariamente o retrato da situação política.
Primeiro, porque as forças políticas se movem, hoje, pela
judicialização e, pior, pela criminalização da política e não acho nada
improvável que, sentindo-se “eleita”, a Lava Jato dê novos passos nos próximos
dias. Afinal, o próprio Sérgio Moro não se cansa de destacar que o apoio da
opinião pública (a opinião que se publica) é peça essencial de sua tosca
construção jurídica, o impe´rio da “cognição sumária”.
Segundo, porque com o fim das eleições se inicia o processo
de cassação dos direitos sociais do povo brasileiro, que será evidente,
perverso e esclarecedor, para muita gente.
Finalmente, porque foi uma eleição municipal – ainda que
debaixo deste clima de terror – e é temerário (com o perdão da palavra) tentar
fazer leituras essencialmente nacionais, exceto – e olhe lá – nos maiores
centros.
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