segunda-feira, 24 de outubro de 2016

FEIRA ONTEM

A Praça Fróes da Motta

Professor, cordelista, maratonista e acima de tudo um profundo estudioso da vida feirense, Joaquim Gouveia da Gama, falecido em abril de 2015, deixou um rico arquivo sobre a Feira de Santana. Vale a pena lembrar o texto sobre a Praça Fróes da Motta, por ele assinado em 5 de março de 1995:

- A Praça Coronel Fróes da Motta surgiu praticamente no início do século passado (século XIX). Naquele tempo ali era um grande largo onde as crianças brincavam e os roceiros, quando vinha a cidade, punham seus animais;

Ali era também a chegada das estradas vindas da parte Norte e Nordeste da cidade (Santa Bárbara, Serrinha, Riachão do Jacuípe, Ipirá, etc). Com o ciclo do fumo foram construídos em torno dela armazéns de beneficiamentos de fumo, assim como várias residências. O largo passou a ser chamado de “Largo do Fumo” (seu primeiro nome).

Em 1859 o casal imperial D. Pedro II e a imperatriz Dona Tereza Cristina visitou a Feira de Santana. A Câmara Municipal, em homenagem à Sra.  Imperatriz pôs seu nome no “Largo do Fumo”; o largo ganhou novo nome: Largo da Imperatriz. Depois ele foi urbanizado e promovido a praça: Praça da Imperatriz.
 Este nome perdurou um pouco até depois do término da Guerra do Paraguai. Alguém pode perguntar: Que relação teve a Guerra do Paraguai com a nossa Praça Cel. Fróes da Motta? É que um militar baiano, general Argolo, foi considerado um dos heróis da Guerra do Paraguai.

A nossa câmara (que sempre teve uma tradição péssima de trocar nomes de logradouros públicos, muitas vezes por casuísmo ou caprichos políticos) achou por bem extinguir o nome da imperatriz, substituindo-o pelo nome do general Argolo. Com o nome do general Argolo permaneceu por cerca de meio século, até o início da década de 20.

Em 1922 o conselheiro farmacêutico José Alves Boaventura apresentou projeto de lei mudando seu nome para Praça Agostinho Fróes da Motta. A lei foi sancionada pelo então intendente da época, Cel. Bernardino Bahia.

A praça está localizada no bairro centro, entre as ruas São José e Voluntários da Pátria (seu lado Norte), Cônego Tertuliano Carneiro e Sales Barbosa (seu lado Sul), Dez de Junho e Coronel João Mendes (seu lado Oeste) e General Câmara (seu lado Leste).
Seu coreto foi construído em 1919, pelo então intendente Agostinho Fróes da Motta e o busto de bronze do citado coronel data de 1956 em comemoração ao seu centenário de nascimento. A praça também há alguns anos foi transformada numa feira de ferro velho, objetos usados e outros materiais diversos. Certamente o novo prefeito fará qualquer coisa pela sua reurbanização.

A praça é a segunda mais bem arborizada da cidade (a outra é a Praça da Catedral). Ela se torna bela e imponente com suas nove palmeiras imperiais. Lutemos pela sua preservação.  Nela ficam também dois prédios históricos da cidade:

A Escola Maria Quitéria construída em 1918, pelo intendente Agostinho Fróes da Motta e o Palácio que pertenceu  ao citado intendente. (Adilson Simas)



Nenhum comentário:

Postar um comentário