Na mais aguerrida disputa
municipal, Pinto foi eleito prefeito em 1962, devolvendo ao PSD o poder que
estava sob o comando da UDN há oito anos, sem contar o tempo do prefeito
Aguinaldo Boaventura que eleito em 1947 pelos pessedistas, logo se alinhou aos
udenistas. Nas peças da memorável campanha, enquanto o adversário João Durval
aparecia nos cartazes ladeado pelos “caciques” João Marinho Falcão e Arnold
Silva, Pinto se apresentava entre um operário e um lavrador. Eleito para o
quatriênio 1963/66, governou apenas um ano e 29 dias, pois empossado em 7
de abril de 1963 foi deposto em 8 de
maio de 1964. Na seqüência algumas marcas de um curto governo.
As secretarias
Antes de Pinto, todas as questões
da municipalidade eram resolvidas pelo prefeito e alguns auxiliares, como o secretário
particular. Ao assumir, com o apoio da câmara deu a prefeitura nova estrutura organizacional
e com ela as secretarias municipais com seus departamentos, setores e seções. Foram
seis as secretarias - Viação e Obras Públicas, Finanças, Saúde Pública e
Assistência Social, Educação e Cultura,
Agricultura Indústria e Comércio e mais o Gabinete do Prefeito..
Os secretários
A nova organização administrativa
levou para o executivo municipal figuras ilustres da vida da cidade. A pasta de
Saúde conheceu dois secretários, os médicos
Milton Marinho e Jackson do Amaury, este último na época também
vereador. Nas demais secretarias o dentista Colbert Martins também vereador (Viação),
o empresário João Torres Dantas Filho (Finanças) o agrônomo Valdemar Matos
(Agricultura), o bancário Marcone Dias, recrutado do BNB para chefiar a Educação e mais o advogado Roque Aras, Chefe de Gabinete.
Os oficiais
Além do secretariado que ao longo
do tempo e pela atração que despertava passou a ser conhecido como “primeiro
escalão”, Pinto criou em cada secretaria a função denominada Oficial de Gabinete, ocupada por estudantes, a
maioria gremistas, que mais tarde, como
imaginava o líder, entrariam na atividade política, inclusive exercendo mandatos eletivos. Lá estavam,
nomeados para o cargo os estudantes Celso Daltro, Antonio Carlos Coelho, Celso
Pereira, Marcone Leão, Nilton Belas Vieira e outros.
As pavimentações
Até então as obras de calçamento
se limitavam as ruas do centro e aquelas mais próximas, mesmo quando seu
antecessor Arnold Silva inovou implantando na cidade também a pavimentação
asfáltica. Coube ao prefeito Francisco Pinto, através da Secretaria de Viação e
Obras Públicas, dirigida pelo vereador Colbert Martins, levar calçamento para
bairros e subúrbios mais distantes.
Os exemplos
O então subúrbio do Sobradinho
ficou mais perto do centro graças ao calçamento feito em toda a extensão das
ruas Voluntários da Pátria (após o Nagé) e Arivaldo Carvalho. O calçamento da
Rua Intendente Abdon, partindo do Cruzeirinho até a Caeira para chegar a Rua
Aloísio Resende e finalmente ao centro, fez de Pinto um ídolo dos moradores da tradicional
Queimadinha. Por outro lado, dona Pombinha e demais moradores da Galiléia
fizeram festa quando o caminhão da Prefeitura derramou paralelepípedos nas ruas
General Guedes e Cosme de Farias.
A limpeza
A cidade parou para ver e
aplaudir os modernos caminhões, devidamente equipados, dotados de cobertura,
adquiridos para a Limpeza Pública, substituindo o velho caminhão aberto e as
carroças que faziam a coleta do lixo na cidade e na zona rural. Completando a
exposição na porta da Prefeitura, o carro mortuário lotado na seção denominada
“Administração de Cemitérios” e a ambulância para servir a Secretaria de Saúde
Pública e Assistência Social.
Além de ampliar as “escolas
isoladas” da zona rural, vários prédios foram edificados na sede, sendo exemplo
ainda vivo a Escola Eduardo Motta, no bairro Serraria Brasil, hoje sob o
comando do Estado, construída e inaugurada por Chico Pinto. Ainda na Secretaria de Educação e Cultua, Pinto
criou o “fundo de cultura” que instituiu prêmios como forma de estimular a
cultura popular.
O ginásio
Diferente do que se tenta passar,
Pinto implantou e colocou em funcionamento o Ginásio Municipal. Antes de Pinto,
o jovem feirense ao concluir o antigo primário tinha apenas duas opções para
prosseguir os estudos. O Ginásio Estadual da rede publica e o Ginásio
Santanópolis, da rede particular. O Ginásio Municipal foi instalado em 1963 e
lá estava este cronista matriculado na segunda série, depois de fazer a
primeira em 1962, no Santanópolis.
As instalações
Para fazer funcionar o ginásio,
Pinto colocou os órgãos da secretaria e algumas salas de aula no atual Museu
Contemporâneo (foto 3), nas dependências do antigo Albergue Noturno (num desses
espaços funciona hoje a sede do Fluminense) e mais duas salas construídas na
área onde existia a Balança Municipal, todo esse conjunto ao lado da biblioteca
construída pelo seu antecessor Arnold
Silva. As primeiras medidas para o atual prédio (Rua Álvaro Simões) foram adotadas
por Pinto na Secretaria de Educação do Estado (foto 2), que deposto coube ao
sucessor dar prosseguimento a obra.
Os terrenos
Foram muitos os terrenos doados
na administração do prefeito Francisco Pinto, para a edificação de grandes obras
estaduais em Feira de Santana. Entre elas o inicialmente Ginásio Industrial – depois
Colégio Estadual e o Fórum Filinto Bastos, que mereceu inclusive a visita do
Mal. Castelo Branco, primeiro presidente pós Golpe Militar de Março de 1964, o
mesmo que arrancou Pinto do poder.
A conclusão
Impossível enumerar todas as marcas do governo Chico Pinto, mesmo tendo durado
pouco mais de um ano. Mas vale lembrar que foi no seu tempo, há 52 anos, que o
feirense conheceu pela primeira vez a “Farmácia Popular”, hoje exaltada pelo
país afora. Da mesma forma como foi no seu tempo que na cidade se edificou
a “Cesta do Povo”, batizada como “Central de Abastecimento”, na esquina das ruas Castro Alves e Senador Quintino, no imóvel onde hoje funciona a sede da AFAS. (Adilson Simas)
a “Cesta do Povo”, batizada como “Central de Abastecimento”, na esquina das ruas Castro Alves e Senador Quintino, no imóvel onde hoje funciona a sede da AFAS. (Adilson Simas)
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