sexta-feira, 20 de novembro de 2015

SOBRE SER NEGRA E LUTAR CONTRA O SILENCIAMENTO

Se você é uma mulher negra, não se cale. Nós não estamos ganhando nada com o nosso silêncio. As outras pessoas que aprendam a ouvir.

Por Julia Drummond
Esse texto é para todas/os, mas principalmente para as mulheres negras e eventuais brancas/os curiosas/os.
Aos que não me conhecem, meu nome é Júlia, tenho 23 anos, sou mulher cis, hetero, negra e universitária. Me formei recentemente em Direito na USP e acabei de ser aprovada no mestrado em Direitos Humanos na mesma Universidade.
Parece muito prepotente da minha parte sair divulgando o meu currículo, mas  parei de falsa humildade porque a verdade é que as pessoas nunca esperam que eu ocupe este lugar, a menos que já me conheçam. Faço parte da exceção que confirma a regra, ou seja, sou aquele ponto preto num mar de gente branca, desde a minha Faculdade até o meu trabalho.
E sobre o que é este texto? É sobre silenciamento e lugar de fala. O que quero dizer com esses termos? Recentemente me vi em situações que mostraram o quanto o tempo todo as pessoas aparentemente mais legais, abertas e cults não fazem questão de me ouvir quando o que tenho pra falar questiona as posições que elas ocupam na sociedade. Eu não pretendo, com esse texto, fazer análises profundas sobre o que as leva a agir assim, mas apenas mostrar como isso acontece, para que, eventualmente, possamos nos unir para combater esse problema (não, não é simples, mas entender como acontece é um bom começo).


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