quarta-feira, 27 de maio de 2015

HUCK, ANGÉLICA E A VIDA DEPOIS DO SUS

Vivemos num país onde não faltam pastores de boas almas. Você sabe quem são essas pessoas.

Adoram explicar que o brasileiro não gosta de colocar a mão no bolso para a filantropia. Reclamam da falta de solidariedade na vida cotidiana. Falam de egoísmo como uma doença incurável. Detestam o Bolsa Família porque preferem esmolas. Falam mal do Mais Médicos e adoram Médicos sem Fronteiras. Criticam universidades públicas porque são a favor de ensino superior privado - como nos Estados Unidos - reservando bolsas apenas para alunos pobres que têm um desempenho próximo da genialidade.

Pois o acidente de Luciano Huck, Angélica, seus três filhos e duas babás criou uma oportunidade rara para se debater essa situação - e as responsabilidades de cada um na solução dos problemas que afligem a maioria dos brasileiros.

Há pelo menos 20 anos que a saúde pública é o principal problema do país, dizem os brasileiros nas pesquisas de opinião. Às vezes está em primeiro lugar. Outra, em segundo. Raramente, em terceiro.


Mas Luciano Huck e Angélica não tem do que reclamar neste aspecto. 

Saíram do Hospital mantido pelo SUS no Mato Grosso do Sul distribuindo elogios rasgados ao atendimento. Mesmo brasileiros que reservam uma parcela importante do salário para pagar um plano de saúde privado não costumam ficar tão satisfeitos quando são atendidos. 
Por Paulo Moreira Leite

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